Tropas do Exército cercaram quinta-feira a hidrelétrica de Tucuruí. As estradas de acesso à usina foram bloqueadas pelos militares que aguardavam o desfecho das negociações em Brasília para atendimento das reivindicações dos invasores ligados ao MAB (Movimento dos Atingidos por Barragem) e da Via Campesina.

A impaciência tomou conta dos 200 manifestantes que aguardam resposta do governo federal para suas reivindicações. Eles não pretendiam deixar a usina, invadida na manhã de quarta-feira, mesmo diante da ameaça de invasão pelo Exército para retirá-los. O movimento não confirmou que teria bombas de fabricação caseira na sala de controle e de máquinas para dissuadir o Exército de uma eventual invasão.

“Nós estamos desesperados, mas também cansados de receber ordens do governo dizendo o que devemos fazer ou não fazer para que nossos direitos sejam reconhecidos”, afirmou a líder do MAB, Euvanice de Jesus Furtado.

Depois de sair da sala de máquinas, os manifestantes ocupavam a área de comando da usina e no quarto andar do prédio montaram uma sala de negociações onde os líderes se reuniram com oficiais do Exército. Representantes da Secretaria Geral da Presidência e do Ministério das Minas e Energia também negociaram, por telefone, com os invasores, que pediram a presença deles na usina, segundo Luciane Andrioli, uma das representantes do movimento.

Os invasores também solicitaram da Eletronorte fornecimento de alimentação porque pretendem permanecer na usina até que as negociações sejam encerradas.