Política Titulo Merenda
Câmara de Mauá evita apurar superfaturamento

Até vereadores de oposição citam que caso das almôndegas tem de ser investigado em outra esfera

Junior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
30/07/2016 | 07:00
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Montagem/DGABC


No que depender da Câmara de Mauá, dificilmente o superfaturamento de alimentos destinados à merenda escolar na cidade será investigado. Parlamentares ouvidos pelo Diário disseram defender apuração do caso, mas negaram propor CPI para que o Legislativo faça análise independente do caso.

O MP (Ministério Público) já investiga denúncias de sobrepreço praticados pelo governo do prefeito Donisete Braga (PT) na aquisição de diversos itens de alimentos para os alunos da rede municipal de ensino, entre eles almôndega. Desde o dia 15, o Diário vem revelando que a administração petista aceitou pagar quase o dobro pelo quilo do alimento quando trocou de fornecedora. Até novembro de 2014, desembolsava R$ 10,30 por quilo de almôndega à empresa Boscatti Indústria e Comércio Ltda e, sete meses depois, aceitou despender R$ 20 pela mesma quantidade, mas para outra companhia, a BH Foods Comércio e Indústria Ltda.

Tradicional oposicionista aos governos petistas na cidade, Manoel Lopes (DEM) se calou sobre o caso. O parlamentar, que é alvo de investigação na Casa após ser acusado de assédio sexual por uma funcionária da Câmara, sequer comentou sobre o assunto nas redes sociais, onde costumava expor denúncias contra a administração. O democrata não atendeu aos contatos do Diário.

Já o também oposicionista Admir Jacomussi (PRP), pai do pré-candidato ao Paço e um dos principais rivais de Donisete, Atila Jacomussi (PSB), já descartou de prontidação possível abertura de CPI na Câmara. “Se fôssemos investigar uma suposta irregularidade seria encaminhada ao MP, mas se a promotoria já está investigando não vejo por que mexer nesse assunto. Deixa para o Ministério Público”, argumentou.

Curiosamente, o único parlamentar que se manifestou favorável à CPI foi um governista: Gil Miranda (PRB). “Eu voto a favor de uma CPI independentemente de qualquer situação. Você pode estar junto de qualquer pessoa, mas não pode compactuar com o que ela faz (de errado)”, enfatizou o parlamentar, cujo o partido comanda a Secretaria de Cultura e Esportes no governo Donisete.

O Paço mauaense já gastou R$ 1,4 milhão para a BF Foods, sendo parte desse recurso proveniente do governo federal. O contrato com a empresa se encerrou em março e nova licitação feita pelo governo petista na semana passada fracassou. Para evitar o desabastecimento e tendo em vista que não há tempo hábil de refazer a concorrência pública antes do fim das férias escolares, o governo Donisete já considera a possibilidade de celebrar contrato emergencial, ou seja, sem licitação. A mesma BH Foods não tem impedimentos legais para seguir responsável pelo fornecimento dos produtos.

Presidente da Câmara, Marcelo Oliveira (PT) não foi encontrado para comentar o assunto. 




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