Turismo Titulo Velho Continente
Mundo de opções
Por Heloísa Cestari
Do Diário do Grande ABC
27/08/2009 | 07:00
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Castelos medievais, prédios modernos em grandes centros urbanos, estações de esqui e extensas propriedades rurais. Opções não faltam para quem quer conhecer o Velho Continente sem gastar muito. As alternativas vão desde o Hostel Deco, em Cracóvia, onde cada quarto leva o nome de uma atriz, até o recém-inaugurado Urbany, em Barcelona, cujo projeto exalta a sustentabilidade e brinda o hóspede com playstation na sala de estar e um terraço para convívio social na cobertura.

Na Suíça, há unidades da rede em lugares belíssimos, como à margem de lagos, ao lado de cataratas, no meio de cidades antigas ou entre montanhas. Um deles fica no castelo de Rotberg, construído pela família de mesmo nome por volta do ano 1200. Situado 15 quilômetros a Sudoeste de Basiléia, na região das montanhas Jura, o castelo, resgatado das ruínas, funciona há 70 anos como albergue e possui mais de 80 camas. Portas pesadas ornadas com círculos de ferro fundido, antigas armas e escudos conferem ares medievais aos aposentos do rei.

Na também suíça Schaffhausen, por sua vez, um casarão do século 18 - imortalizado no livro Rosshalde, escrito por Herman Hesse em 1914 - transformou-se no Schaffhausen Hostel, que oferece vista para as cataratas do Reno e acomodação a preços acessíveis.

De acordo com dados da FBAJ (Federação Brasileira dos Albergues da Juventude), 55% dos alberguistas brasileiros fazem a carteirinha com a intenção de viajar para o Exterior.

E os preços compensam qualquer companheiro de quarto mala que você tiver o azar de encontrar pela frente. Na Europa, por exemplo, é possível pernoitar por 14 euros (R$ 37) em Lisboa, 16 (R$ 40) em Florença, 17 (R$ 45) em Bruxelas ou Praga e 20 (R$ 52) em Madri ou Atenas.

No Circus, em Berlim, uma cama num quarto comunitário com banheiro compartilhado sai a partir de 19 euros (R$ 50) por noite. O principal atrativo do estabelecimento, no entanto, não é preço, e sim o bar subterrâneo Goldman's, que combina fotos do ator David Hasselhoff, de SOS Malibu, e consoles de vídeos antigos à decoração estilo 1970.

Também é na Alemanha que fica o primeiro de todos os albergues, o Burg Altena, em funcionamento até hoje. Adaptado pelo visionário Richard Schirrmann em cômodos de um castelo do século 12 situado no Norte do país, o vovô dos hostels mantém até hoje os alojamentos no formato de antigamente.

MUDANÇAS - Nesses 100 anos de Hostelling International, no entanto, muita coisa mudou. Embora o propósito de seu surgimento, 100 anos atrás, fosse justamente incentivar estudantes a deixarem as cidades e explorarem o campo, hoje os hostels das grandes capitais fazem o maior sucesso, e não atraem só jovens.

"Antes os albergues eram mais simples, havia muitas camas nos quartos e eles fechavam às 22h. Muita gente dormia na calçada, em frente ao albergue, esperando a abertura no dia seguinte. Vários estabelecimentos fechavam às 10h e reabriam às 17h, pois lugar de alberguista era na rua, conhecendo a cidade, e todos tinham uma atividade antes de ir embora. Cansei de tirar o pó de salas de albergue, limpar cinzeiros, recolher lixo etc. Tenho ótimas lembranças daqueles tempos", rememora o presidente da FBAJ, Carlos Augusto Silveira Alves.

Hoje os albergues mudaram até no nome para hostels. Os quartos alojam menos pessoas e há acomodações privativas, para casais e famílias, com direito a piscina, danceteria, pub e até agência de viagem dentro da unidade. Os horários também se flexibilizaram: a maioria funciona 24 horas por dia, sem horário determinado para entrada e saída dos hóspedes.

E o limite de idade vai até onde a disposição e o espírito de aventura do alberguista alcançar. "Até os anos 1970, os hostels hospedavam jovens de até 26 anos. Hoje, apenas os da Baviera, na Alemanha, ainda conservam esta norma. Os jovens foram envelhecendo e continuaram usuários desse sistema de hospedagem. Virou uma filosofia", diz Alvez.

O mesmo vale para a idade mínima permitida. Durante um tempo, os albergues só hospedavam maiores de 18 anos ou crianças com idade escolar. "Com a criação de quartos família, vários hostels passaram a aceitar crianças de menos idade, desde que acompanhadas de um responsável!."

Exemplo dessa mudança é a reforma do St. Pancras Hostel, em Londres, que gastou US$ 1,5 milhão para adaptar suas acomodações a famílias. Haverá restaurante das 7h30 às 22h e quartos equipados com berço.




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