Economia Titulo Consumo
Inflação ao consumidor na região diminui

Liquidações de inverno que começaram mais cedo e alimentos ajudaram a desacelerar o indicador da inflação

Por Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
05/08/2009 | 07:00
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O consumidor do Grande ABC gastou um pouco menos na compra de vestuários em julho por conta das liquidações de inverno que começaram mais cedo neste ano em virtude dos dias mais amenos, porém chuvosos, das últimas semanas. O resultado gerou inflação menor do que a registrada em junho na região.

O indicador alcançou 0,26%, superando as expectativas dos coordenadores do IPC - USCS (Índice de Preços ao Consumidor levantado pela Universidade Municipal de São Caetano), que apostavam em percentual semelhante ao de junho, 0,34%.

"O setor varejista sabe que quem tinha de adquirir peças de inverno o fez até junho. Depois, com os dias mais tranquilos em julho, os preços foram reduzidos na tentativa de desovar peças mais pesadas, típicas da estação", explicou o assistente de coordenação do IPC-USCS, Lúcio Flávio Dantas.

O item vestuário registrou deflação de 2,41% no mês passado, ante a inflação de 1,47% em junho. "Se eliminássemos o efeito desse índice negativo, caso não houvesse variação dos preços em julho, o IPC atingiria pelo menos 0,35% no mês", apontou Dantas, ressaltando o peso do segmento.

ENTRESSAFRA - Por terem apresentado menor crescimento em julho, os custos dos alimentos também contribuíram para que a inflação não fosse maior no Grande ABC.

Os semielaborados - leite, carnes, e cereais como arroz, feijão e milho - variaram positivamente em 0,93%. Em julho, entretanto, a inflação foi de 1,26%.

Um dos responsáveis pela desaceleração foi o leite longa vida. A inflação do produto registrada em junho foi de 12,22%. No mês passado, porém, caiu para 5,12%. "O ciclo de elevação do custo do leite está terminando", afirmou o assistente do IPC-USCS, sinalizando que o período de entressafra que segue em alta há pelo menos dois meses está chegando ao fim.

Por outro lado, é hora de os cereais começarem a custar um pouco mais caro. Desde junho, a safra vem chegando ao fim, mas os efeitos puderam ser mais sentidos no mês passado. Em julho, a inflação foi de 1,90%, sendo que em junho havia sido registrada deflação de 0,26%.

IMPACTO - Embora o reajuste de 12,96% aplicado pela Eletropaulo nas contas de energia elétrica tenha sido anunciado em julho, a validade do pagamento das contas varia entre o fim e o início do mês. "Portanto, só será possível quantificar o impacto no indicador de agosto, quando todos os consumidores já terão pago a nova tarifa", salientou Dantas.

No mês passado, segundo ele, o impacto atingiu apenas 3,09% no grupo habitação, que encerrou julho com variação positiva de 0,70%.

A inflação ao consumidor em agosto, de acordo com Dantas, deve ser maior que a registrada em julho, estabelecendo-se entre os patamares de maio e junho - 0,45% e 0,34%, respectivamente.

Se por um lado, o custo dos alimentos deve ter crescimento menor, o preço das peças de vestuário será reduzido, já que a nova coleção começa a ser vendida neste mês. Isso sem contar o impacto da energia elétrica nos gastos com habitação.




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