Candidatos ao Paço de Sto.André projetam retomar legado do
petista; cinco dos seis prefeituráveis remetem à Celso Daniel
Com a falta do surgimento de lideranças políticas de peso regional, os candidatos à Prefeitura de Santo André utilizam discurso de resgate da imagem do prefeito petista Celso Daniel, morto em 2002. Desde o período pré-eleitoral até agora, cinco dos seis postulantes ao Paço andreense remetem algumas iniciativas à figura do petista, pegando carona no legado deixado ao longo de três mandatos (1989 a 1992, 1997 a 2000 e 2001 a 2002). Único de fora da listagem é o novato no campo majoritário Alexandre Flaquer (PRTB).
O primeiro que buscou colar sua representação com a de Celso, surpreendentemente, foi o prefeito Aidan Ravin (PTB), no páreo pela reeleição. Nos dez anos de morte do petista, completados em janeiro, o petebista elogiou efusivamente a trajetória do petista, mencionando que o atual governo oferece continuidade à visão de futuro do político. Porém, disse que o PT "abandonou por 13 anos" o projeto Cidade Pirelli, idealizado por Celso, e que a administração petebista retomou e aperfeiçoou a proposta.
Prefeiturável pelo PDT, Raimundo Salles tem reforçado o fortalecimento do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, projeto idealizado por Celso. O pedetista atribui à entidade o debate de programas regionais, como, por exemplo, a implantação de rodízio na cidade. Além disso, conseguiu a adesão de Carlos Eduardo Daniel, primo de Celso, que, quando assumiu a presidência do PSDC, mudou a postura da sigla, que estava próxima ao PT.
O prefeiturável Marcelo Reina (Psol) possui o apoio de Bruno Daniel, irmão de Celso, que chegou a ser cotado para disputar o Paço. Bruno faz parte da coordenação de campanha do socialista e encabeçou a elaboração do plano de governo. Para Reina, as demais menções do petista soam como oportunismo pela ausência de contato direto com o dia a dia da gestão do ex-chefe do Executivo. "Se alguém tem direito a falar sobre o Celso, esse alguém é o Bruno. Ele sim atuou no governo e teve a oportunidade de discutir a criação de políticas públicas lado a lado."
O deputado estadual Carlos Grana, candidato do PT à Prefeitura, aposta na relação umbilical de Celso com o partido - o qual ele ajudou a fundar em 1980 - para pleitear a retomada de projetos do correligionário. "O Celso tinha a raiz do PT. Vamos retomar e modernizar alguns projetos que foram formulados pelo prefeito", disse, ao citar a renovação do projeto do Eixo Tamanduatehy, com a implantação do Polo Tecnológico.
Pelo PMDB, Nilson Bonome aplicou duas medidas estratégicas de campanha para alcançar a aproximação. O peemedebista escolheu como vice Rafael Daniel, sobrinho de Celso, e denominou a coligação de ‘Viva Celso Daniel'. O vice, porém, rechaçou que o nome do tio esteja atrelado ao PT. "Naturalmente, o Celso cresceu mais que o PT. Talvez por isso as pessoas digam que nunca votaram no PT, mas votavam na confiança do Celso, na pessoa do Celso."
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