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Diadema reduz a coleta
de materiais recicláveis

O único caminhão que recolhia de porta em porta quebrou; a
cooperativa aguarda novos veículos para realizar o serviço

Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
14/08/2012 | 07:00
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O volume de materiais recicláveis coletados em Diadema teve queda de cerca de 50% nos últimos dois meses. Isso porque o serviço, realizado pela Cooper Limpa, teve de ser reduzido após o único caminhão da cooperativa quebrar.Sem ter como consertar o veículo, a alternativa foi utilizar o caminhão cedido pela Prefeitura somente às segundas-feiras, explica a presidente da Cooper Limpa, Patrícia Frazão da Silva. "A gente tem recolhido o que dá, mas antes coletávamos 22 toneladas de material. Hoje, são entre dez e 12", observa.

A expectativa é para a chegada de mais três caminhões adquiridos com recursos da Funasa (Fundação Nacional de Saúde) e do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Além de expandir o trabalho, a ideia de Patrícia é intensificar o serviço de conscientização. "Pretendemos melhorar a adesão, que hoje é de apenas 30% para 70%", comenta.

Atualmente, a cooperativa é fonte de renda para 23 famílias de cooperados. A meta é aumentar para 40 pessoas assim que os caminhões estiverem disponíveis. "A gente sabe que os moradores já estavam adaptados e que o trabalho é muito importante, então estamos correndo atrás para normalizar a situação o quanto antes", ressalta Patrícia.

Acostumados com o recolhimento de resíduos recicláveis porta a porta há cerca de dez anos, moradores dos bairros Conceição, Serraria e Parque Real estão sem saber ao certo como proceder. O caminhão que passava às terças e quintas-feiras na região não aparece há quase dois meses, segundo os moradores da Rua Dona Augusta Rodrigues Fernandes. Dessa forma, todo o lixo reciclável voltou a ser descartado junto com o orgânico.

"A gente até separa, mas é trabalho em vão porque o caminhão do lixo junta tudo", observa a dona de casa Custódia Ferreira Alves, 54 anos. A costureira aposentada Maria Janete dos Santos, 63, defende que o bairro poderia receber posto de entrega voluntária para que cada morador pudesse levar seu lixo. "Não dá para deixar acumular, então a única forma é descartar no mesmo dia do orgânico", diz.

Em nota, a Prefeitura de Diadema informou que, de acordo com levantamento realizado junto ao Departamento de Limpeza Urbana, não há registro de reclamações em decorrência da não realização do serviço de coleta seletiva na rua mencionada, mas que acionará os coordenadores da Cooper Limpa,para o levantamento desta situação e o pronto restabelecimento dos serviços prestados aos moradores.

A cidade recolhe, em média, 150 toneladas de materiais recicláveis ao mês. A população pode contribuir e levar os materiais nos postos de coleta.

Grande ABC recicla cerca de 5% do total de lixo produzido

O Grande ABC gera, por mês, 66.523 toneladas de lixo. Desse total, cerca de 5%, ou 3.374 toneladas, são recicladas. Estima-se, porém, que cerca de 30% do volume produzido na região tenha potencial de reaproveitamento. Portanto, a reciclagem ainda é tímida.

Com exceção de Santo André, que possui área própria para envio do lixo, as demais cidades mandam os detritos ao aterro particular Lara, em Mauá, ao custo total de R$ 5,35 milhões por mês. 
São Caetano e Santo André são as únicas cidades do Grande ABC a realizarem a coleta de recicláveis porta a porta.

E, de toda a região, Santo André é a cidade que está mais avançada na destinação adequada dos materiais: recicla 15% do lixo gerado. As demais não ultrapassam 2%. (Camila Galvez)




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