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Bush promete consultar aliados antes de agir contra Iraque
Por Das Agências
08/08/2002 | 01:46
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O presidente americano, George W. Bush, prometeu nesta quarta-feira consultar o Congresso dos Estados Unidos e seus aliados antes de iniciar um plano para derrubar o líder iraquiano Saddam Hussein.

"Prometo-lhes que serei paciente e vou refletir. O Congresso será consultado assim como nossos amigos e aliados (...) e analisarei todas as opções e todos os meios a minha disposição", disse Bush em um discurso na cidade de Jackson, no Mississippi (sul).

Nos últimos dias, os principais aliados europeus de Washington, e em primeiro lugar a Alemanha, expressaram suas dúvidas sobre uma eventual ação militar americana.

Mesmo sem citar diretamente o Iraque, Bush referiu-se claramente em seu discurso ao país quando falou sobre a necessidade de enfrentar os inimigos da liberdade.

"Há países que desenvolvem armas de destruição em massa, países dirigidos por gente que envenena seus próprios cidadãos, países que dão pouca importância aos direitos humanos. Estes países representam ameaças reais, que pelo futuro de nossos filhos devemos enfrentar".

Nesta quarta-feira, o jornal The Washington Times informou que o Estado-Maior Conjunto agora aprova uma ação militar contra o Iraque porque cedeu às pressões dos "falcões" civis da administração Bush após meses de resistência.

O chefe do Estado-Maior Conjunto, Richard Myers, também desmentiu nesta quarta qualquer divergência entre a liderança militar americana sobre os planos para uma eventual invasão do Iraque.

"As coisas que estão descritas nestes artigos simplesmente não ocorreram diante de mim", disse Myers em uma entrevista no Pentágono, ao lado do secretário da Defesa, Donald Rumsfeld.

"Posso imaginar que se estivéssemos planejando uma operação contra a Lua também teríamos muita discussão sobre sua melhor execução (...) Obviamente vão ocorrer discussões".

Rumsfeld descreveu as informações sobre o Iraque como um "frenesi" que se esgotará e será esquecido.

"Diria que estamos em uma etapa inicial neste diálogo, no diálogo internacional, e no debate sobre esse tema."

O vice-presidente americano, Dick Cheney, reafirmou na Califórnia que Washington "ainda não tomou uma decisão" sobre uma invasão ao Iraque, mas advertiu que Saddam Hussein "se senta sobre 10% das reservas mundiais de petróleo. Tem uma enorme riqueza gerada por isto (...) e muitos acreditam que no futuro ele comprará armas nucleares."

Perguntado se Washington descartaria a ação militar se Bagdá permitisse o regresso dos inspetores de armas da ONU ao país, Cheney disse: "o assunto aqui não são os inspetores (...) mas as condições em que eles operam."

Em Londres, o ministro britânico para Assuntos do Oriente Médio, Mike O'Brien, estimou que é possível evitar a guerra com o regresso dos inspetores da ONU ao Iraque. "Não é iminente ou inevitável. Ninguém quer a guerra por si só."

Finalmente, o chanceler alemão, Gerhard Schroeder, advertiu que um ataque militar contra o Iraque poderia "destruir a aliança internacional contra o terrorismo" formada depois dos atentados de 11 de setembro passado nos Estados Unidos.




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