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São Paulo amplia produção de veículos
Wagner Oliveira
Do Diário do Grande ABC
16/08/2009 | 07:16
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Enquanto Estados produtores de veículos perderam produção, São Paulo avançou mais de dois pontos percentuais em 2008 - saiu de 43,6%, em 2007, para 45,8% no ano passado. Os dados são da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).

Com projetos bem-sucedidos, o Grande ABC contribuiu com o resultado positivo no Estado. Novo Gol (Volkswagen) e Ka (Ford) são dois exemplos de carros feitos na região que, desde o ano passado, vêm ampliando produção e vendas. O Ka, que antes vendia 30 mil unidades anuais, depois da nova versão lançada no ano passado, já soma 100 mil/ ano.

Com sete marcas (Ford, VW, General Motors, Mercedes-Benz, Scania, Toyota e Karmann-Ghia), a região fabricou, em 2008, 769 mil veículos, que representavam 55% da produção estadual ou 24% da nacional, que somou no ano passado 3.215.976 unidades - crescimento de 10 % sobre as 2.980.108 produzidas em 2007.

"Temos vocação para fazer carros e vamos lutar para que nossa região não perca projetos nem investimentos, e crie mais empregos", afirmou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano do Sul, Aparecido Inácio da Silva, o Cidão.

A Anfavea informou que ainda não há elementos para afirmar se a recuperação em 2008 significa tendência de alta ou estabilização dos números. Mas nos últimos anos São Paulo vinha perdendo participação.

Em 2006, o Estado concentrava 47,4% da produção nacional, que, naquele ano, somou 2.612.329 unidades. Em 1990, quando a produção era de 914.466 unidades, SP deti-nha 74,8% da indústria automobilística, a maior parte concentrada no Grande ABC.

Enquanto São Paulo ganhou 2,2 pontos percentuais em 2008, a Bahia perdeu 1,3, além de Minas Gerais (0,8), Paraná (0,3), Rio Grande do Sul (0,5) e Goiás (0,5). Depois de SP, só Rio subiu, passando de 5,6%, em 2007, para 5,8% (veja gráfico acima).

O presidente da Ford, Marcos de Oliveira, afirmou que a evolução do sindicalismo na região, que entendeu a nova realidade da indústria automobilística, contribui para preservar a indústria automobilística no Grande ABC. Aumento da produtividade, logística e cadeia de suprimentos também são pontos a favor.

Marcos de Oliveira diz que a região evita, em parte, cometer os erros de Detroit, que vem perdendo nos últimos anos a hegemonia da indústria automobilística nos Estados Unidos.

Para Oliveira, que já morou naquela cidade dos EUA, indústria e trabalhadores demoraram para entender as mudanças lá. "A sobrevivência do Grande ABC está baseada em produtos de sucesso com custos que viabilizem a operação na região. É assim que vai disputar investimentos", disse.




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