Setecidades Titulo Segundo a investigação
Primo de suspeita estaria envolvido na morte de família em São Bernardo

Polícia Civil pediu ontem prisão temporária de homem que teria ajudado no assassinato

Por Vanessa Soares
Yasmin Assagra
Do Diário do Grande ABC
04/02/2020 | 00:01
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Nario Barbosa/DGABC


 A Polícia Civil solicitou ontem à Justiça a prisão temporária – por 30 dias – de um terceiro suspeito de ter participado na morte de Romuyuki, 43 anos, e Flaviana Gonçalves, 40, e do filho cacula – Juan Victor, 15 – encontrados carbonizados na terça-feira no porta-malas do carro da família, na Estrada do Montanhão, em São Bernardo.

O homem, identificado como Juliano Oliveira, já teria passagem e seria primo de Carina Ramos, 31, presa desde quarta-feira juntamente com a companheira Ana Flávia Gonçalves, 24, filha mais velha do casal morto. A prisão temporária delas foi decretada após as duas apresentarem contradições em depoimentos prestados na madrugada de terça-feira, logo após os três corpos terem sido encontrados. Na ocasião, elas alegaram que a família tinha dívida de R$ 200 mil com agiota e que o pagamento desse valor foi o motivo para que a família tivesse saído de casa na madrugada.

Ana Flávia e Carina estiveram pela terceira vez no setor de Homicídios da Delegacia Seccional de São Bernardo ontem para prestar depoimentos, mas permaneceram caladas. Lucas Domingos, advogado de defesa das duas, disse que ambas mantiveram a declaração de que são inocentes e que só voltarão a falar em juízo.

Tio de uma das suspeitas e irmão de Flaviana, Flávio Menezes reafirmou que família não tem dúvida da participação de Ana Flavia e Carina no crime e espera a confissão das duas. “Quem vai roubar uma casa, assaltar uma família, rouba, mata, deixa o corpo lá. Não tenta limpar, não carrega os corpos, não tranca a porta. Elas foram mentoras e executoras do crime com a ajuda de mais pessoas”, declarou.

Menezes disse ainda que a família vai acompanhar de perto as investigações e não vai descansar enquanto as circunstâncias dos assassinatos não forem reveladas. “Se elas cometeram o crime, que paguem da pior maneira possível, que tenham a maior pena, porque uma pessoa com essa frieza, para matar pai, mãe e irmão, não pode ter alívio, não pode ter dó”, acrescentou.

A Polícia Civil investiga ainda se Carina Ramos tem relação com traficantes de uma favela de Santo André, nas proximidades da residência do casal. No entendimento dos investigadores, as duas participaram do crime e tiveram ajuda de pelo menos três homens.

Uma testemunha que está sob proteção judicial e não teve a identidade revelada relatou à polícia que viu um homem de aproximadamente 1,90 metro de altura junto com Ana Flavia e Carina na noite do crime. 

Gravações de câmeras de segurança do condomínio onde a família morava mostram que o carro de Ana Flávia entra e sai das dependências do local diversas vezes. Carina aparece nas gravações usando casaco com capuz, apesar de, na terça-feira, ter sido um dia quente.

Na sexta-feira à noite, a polícia fez nova perícia na residência da família Gonçalves, no Jardim Ciprestes, e, com uso de luminol, detectou manchas de sangue espalhadas pela casa, que estava toda revirada – os resultados das análises ainda não ficaram prontos. As autoridades tentam localizar ainda a arma utilizada no crime – laudo preliminar aponta que os três foram mortos com pancadas na cabeça.




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