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Av.Piraporinha lidera ranking de mortes no trânsito no Grande ABC

Via, que corta os municípios de São Bernardo e Diadema, teve 14 óbitos nos últimos quatro anos

Daniel Macário
Diário do Grande ABC
28/01/2019 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


Nos últimos quatro anos, a Avenida Piraporinha foi a via urbana campeã de mortes em acidentes de trânsito no Grande ABC. Levantamento feito pelo Diário, a partir de informações do Infosiga (Sistema de Informações Gerenciais de Acidentes de Trânsito do Estado de São Paulo), mostra que 14 pessoas perderam a vida na via, que corta as cidades de São Bernardo e Diadema, entre os anos de 2015 e 2018. No período, juntas, as sete cidades contabilizaram 922 óbitos.

Situada em região com adensamento populacional e grande volume de indústrias, a Piraporinha teve, no período, sete óbitos de pedestres, quatro de motociclistas e três de ocupantes de automóveis.

A Avenida dos Estados, via responsável por ligar municípios do Grande ABC à Capital, aparece na segunda posição do ranking, com 11 óbitos em trecho que corta Mauá, Santo André e São Caetano.

Em comum, as duas avenidas colecionam, segundo motoristas e pedestres que circulam por elas, série de obstáculos, dentre eles má condição do pavimento, ausência de passarelas e ambulantes por toda a extensão. “Toda semana tem atropelamento de alguém aqui. É só percorrer a Piraporinha toda que você vai escutar isso”, relata a vendedora ambulante Arlete Ramos, 48 anos, que há pelo menos dez atua no local.

Cenário semelhante foi encontrado pela equipe do Diário na Avenida dos Estados. Por lá, no entanto, o alvo principal são os motociclistas. “É tanto buraco que é raro encontrar algum motoboy que não tenha se acidentado aqui”, diz o entregador Roberval Dias, 19.

Situadas em áreas centrais de Mauá, as avenidas João Ramalho e Barão de Mauá também integram a lista das vias mais violentas, com dez mortes cada. O mesmo número de óbitos foi registrado na Estrada do Pedroso, em Santo André, no período.

Embora municípios do Grande ABC tenham reduzido no ano passado em 16% o número de mortes causadas por acidentes de trânsito, em comparação com 2017 (passou de 240 para 201) – atingindo o menor número em quatro anos –, especialistas apontam que o sistema viário da região apresenta alto índice de risco aos usuários. Sobre as vias que aparecem no levantamento feito pelo Diário, eles consideram que “são avenidas com série de deficiências estruturais, desde buraco até falta de sinalização, que não permitem segurança para motoristas e pedestres”, aponta o chefe do departamento de medicina de tráfego da Abramet (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego), Dirceu Rodrigues Alves Júnior.

Para o consultor em segurança no trânsito Horácio Figueira, a situação é agravada pela falta de vigilância em vias importantes e que fazem a ligação entre municípios da região. “Sem fiscalização, a imprudência sempre irá reinar.”

ESTRADAS - Responsável por ligar a região ao Litoral Paulista, a Rodovia dos Imigrantes foi a estrada que apresentou o maior índice de mortes nos últimos quatro anos. Ao todo, 90 óbitos foram registrados no viário no período analisado.

Aparecem, na sequência, Anchieta (69), Rodoanel (33), Índio Tibiriçá (30) e Antonio Adib Chammas (dez).
Juntas, as cinco rodovias tiveram 100 óbitos de pedestres. “Em casos de atropelamento em rodovia, a chance de sobreviver é muito pequena. Por isso, se observa a necessidade de mais passarelas e educação a quem circula nessas vias”, enfatiza Figueira. 




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