Palavra do Leitor Titulo
Emergência tardia

O surgimento dos chamados países emergentes é um dos fenômenos...

Dgabc
04/08/2012 | 00:00
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Artigo

O surgimento dos chamados países emergentes é um dos fenômenos da geopolítica mundial neste começo de século. Até pouco tempo, os países eram divididos em primeiro, segundo ou terceiro mundo. Depois da queda do Muro de Berlim, o conceito de segundo mundo ficou superado. Agora, um grupo de países passa a integrar um bloco diferente, chamado de emergentes. A China, a Índia, o Brasil, a África do Sul, a Indonésia, a Coréia do Sul, o México e outros formam o grupo que se caracteriza por participações importantes tanto no comércio internacional quanto no PIB mundial. Fora isso, são países com baixos índices educacionais, Saúde precária, concentração de renda e alto índice de corrupção. São emergentes econômicos, mas não sociais. Pior: são emergentes tardios e chegam atrasados ao primeiro mundo.

Daqui em diante, os países do primeiro mundo, os países ricos, estarão sendo obrigados a fazer escolhas entre continuar o crescimento econômico em direção a uma grave crise ecológica; restringir os benefícios sociais em direção ao equilíbrio fiscal; equilibrar suas economias nacionais em um mundo integrado; ajustar seus empregos aos tempos da nova ciência e tecnologia; dominar a megaconcentração de renda sem ferir a democracia; cumprir compromissos presidenciais com população que vive mais anos.

Ainda mais grave, no momento em que os países emergem graças à produção de bens agrícolas ou industriais ‘primários', os desenvolvidos entram em uma economia baseada no conhecimento, na ciência e na tecnologia. Os emergentes copiam e quem copia já está atrasado. O Brasil emerge a um tipo de desenvolvimento em extinção.

Emergimos graças à exportação de commodities que nos deixa com moeda forte, com PIB elevado, mas, salvo exceções, continuamos importadores de bens de alta tecnologia. Emergimos como país do ‘feito no Brasil', no momento em que a riqueza se mede e se define pelo ‘criado no Brasil'; emergimos para a produção e a renda per capita, quando o mundo evolui para mais tempo livre, maior produção cultural, melhor distribuição e mais qualidade nos serviços públicos, respeitando o meio ambiente; mais atenção à Saúde pública, aos idosos e às crianças; revolução no atendimento universal e no conceito de educação por toda a vida; preocupação com o bem-estar e até com a felicidade, ao invés do carcomido PIB ao qual emergimos tardiamente.

Cristovam Buarque é professor da UnB e senador pelo PDT-DF.

PALAVRA DO LEITOR

Mensalão - 1

Começou o julgamento dos mensaleiros cumpanherus e dificilmente vai dar alguma condenação. Como pode uma pessoa julgar outra se são todas nomeadas pelos presidentes da República? Não esperemos muito da suprema corte brasileira, apenas discursos eloquentes dos magistrados para passar a impressão de que estão salvando a Nação. Como dizem por aí, ‘está tudo dominado'. Os poderes constituídos no País perderam a credibilidade! Mas, se porventura sair alguma condenação, me rendo aos comentários e dou minha mão à palmatória. Pelo que vemos todos os dias neste País, todos sairão impunes e prontos para se candidatar em 2014. E, como coitados que foram injustamente condenados antes do julgamento pela opinião pública, serão eleitos. A política brasileira dá nojo, já esgotou seu ciclo. Este é o Brasil, um País de poucos e dos mensaleiros.

Ailton Gomes, Ribeirão Pires

Mensalão - 2

Do julgamento do Mensalão pode-se dizer que Márcio Thomaz Bastos e o ministro Lewandowski mostraram a que vieram. Gastaram tempo precioso defendendo tese já indeferida antes, mas não atingiram seus propósitos, a menos o de empurrar este julgamento com suas barrigas. Que o ministro Joaquim Barbosa foi firme na sua posição e nada deselegante, como insinuaram desafetos. Que se o ministro Aires Britto não for mais firme na condução dos trabalhos e não manter o foco, este julgamento se estenderá até 2014, como querem Lula e os demais mensaleiros.

Mara Montezuma Assaf, Capital

Mensalão - 3

Bem, pelo menos agora já se sabe o quê o Lewandowski estava fazendo que não entregava logo a revisão do processo do Mensalão: ele estava trabalhando diuturnamente na elaboração de medidas procrastinatórias com a clara intenção de adiar e tumultuar o julgamento. Nada como um dia atrás do outro, não é, ministro?

Rodrigo Borges de Campos Netto, Brasília (DF)

Mensalão - 4

De que lado estão os ministros do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandowski e Antonio Dias Toffoli? Por sinal muito bem pagos pelos contribuintes brasileiros. O mínimo que poderiam fazer em benefício da Justiça e da honra seria se declararem impossibilitados de participar do julgamento do processo do Mensalão. Suas participações são contrassenso a quem deseja ter a Justiça imparcial para todos brasileiros.

Benone Augusto de Paiva, Capital

Motoqueiros

O Conselho Nacional de Trânsito rendeu-se aos protestos dos motoqueiros e adiou a fiscalização da lei que regulamenta a profissão de motociclista. A fiscalização valerá a partir de fevereiro. É isso que dá colocar pessoas incompetentes, que desconhecem os problemas que enfrentam os motoqueiros, para fazer as leis. É verdade que há muitos baderneiros andando de moto no trânsito, mas há muitas pessoas honestas que trabalham para sustentar suas famílias. Infelizmente, os motoqueiros só foram ouvidos depois que pararam o trânsito. Um a zero para o CNT.

Izabel Avallone, Capital

Caminhoneiros

Sem dúvida nenhuma é grave a situação dos caminhoneiros. De repente o governo resolve colocar ordem numa situação que estava bagunçada desde sempre. As consequências são as piores possíveis. Não há condições de, repentinamente, tais veículos pararem para descanso nas vias sem que haja um pátio com lanchonete, banheiros, segurança etc. Com tal paralisação, com piquetes, os produtos não chegam aos destinos, estragam pelo caminho, e os passageiros de ônibus sofrem atrasos de toda ordem: falta água, comida, há aumento de preços, safra que não chega aos entrepostos e por aí vai. Sem planejamento, tal medida só traz prejuízo ao Brasil.

Maria de Mello, Capital 




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