Enquanto 317 alunos especiais de São Bernardo aguardam definição sobre bolsa de estudos para o ano que vem - benefício que está sendo reavaliado pela Prefeitura -, a promotora da Infância e Juventude de São Bernardo, Vera Lúcia Acayaba de Toledo, aponta que só um projeto abrangente pode garantir que os deficientes físicos e mentais tenham atendimento necessário.

A rede, segundo Vera Lúcia, teria de agrupar parcerias entre a Sedesc (Secretaria de Desenvolvimento Social e Cidadania) e as secretarias de Educação e Saúde da cidade.

Os alunos atualmente estudam em seis instituições privadas especializadas, com custeio da administração municipal, já que a rede pública não seria apropriada para esse público. A Prefeitura, no entanto, suspendeu o processo de inscrição ao benefício para o ano que vem, alegando que avaliaria se os beneficiados realmente necessitam de atendimento especial.

Para Elias Aldemiro Palma, do Conselho Tutelar de São Bernardo, as escolas especializadas não podem acabar, pois só nesses centros há equipamentos adequados, acessibilidade e profissionais capacitados. "É muito preocupante esse alunos terem suas bolsas ameaçadas, porque se eles não tiverem esse direito, a quem as famílias poderão recorrer?"

Uma das motivações da vistoria da Prefeitura seria uma possível inadequação da idade dos alunos - alguns são adultos. "Eles podem ter 30 anos, mas, dependendo do caso, a mentalidade é de uma criança. Sugiro que haja parceria entre os governos estadual e municipal para que dividam o custo de atendimento dessas pessoas", diz Palma.

A promotora da Infância e Juventude salienta que é necessário constatar se a rede pública de ensino tem condições de atender os alunos de maneira adequada, de acordo com suas necessidades. "Esse projeto deve vislumbrar que não haja o mínimo de prejuízo para eles e dessa maneira dará conforto aos familiares", ressalta Vera Lúcia.