Familiares e amigos da adolescente Jacqueline Ruas, 15 anos, morta no domingo, no voo de volta de uma excursão para a Disney, acusam a agência de turismo Tia Augusta de negligência. Segundo eles, ao longo da viagem, eles não foram avisados oficialmente da gravidade do estado de saúde da jovem. A empresa garante que tomou todas a providências médicas necessárias durante o período.

Mãe de uma amiga de Jacqueline que também estava na mesma excursão, a professora Cinira Menta, 49, destaca que ficava sabendo do estado de saúde da adolescente por meio das ligações telefônicas da sua filha. "Não tivemos comunicação alguma da Tia Augusta. Eles só falavam que estava tudo bem. Foi a minha filha que avisou que a Jacqueline tinha ido parar no hospital", conta.

"Agora eles vêm falar que a culpa foi dela (Jacqueline) por não ter falado da gravidade do estado de saúde. Os celulares delas não funcionavam, e elas tinham que usar um telefone que ficava longe dos quartos", desabafou Cinira.

Avó da adolescente, a dona de casa Neide Vera Ruas, 64, ressaltou que os pais de Jacqueline não foram procurados após a chegada do voo, e só souberam da morte da jovem ao procurar a companhia aérea. Ainda de acordo com Neide, a agência de viagens não deveria ter autorizado o retorno da jovem doente.

A Tia Augusta Turismo declarou estar "profundamente consternada" com a morte da jovem. A empresa aproveitou para destacar que "em mais de 35 anos de atuação, já levou à Disney mais de 300 mil jovens e nunca teve nenhum ocorrido nesse sentindo", mas que está tomando todas as providências necessárias, incluindo o contato com as autoridades norte-americanas.

Emoção - O enterro da adolescente aconteceu na manhã de ontem, no Cemitério das Lágrimas, em São Caetano, e foi acompanhado de dezenas de amigos e parentes. A mãe de Jacqueline, a gerente de vendas Maria Aparecida Ruas, desmaiou durante a cerimônia, e foi levada ao hospital pelo marido, o gerente de informática Danilo Ruas Junior.