Economia Titulo Empresas
Investir em inovação é fundamental para sucesso

Alta competitividade entre empresas torna os investimentos
em tecnologia necessários para se garantir no mercado

Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
18/03/2010 | 07:00
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A alta competitividade entre as empresas, principalmente entre as de micro e pequeno porte, faz com que o investimento em inovação seja uma necessidade para se manter no mercado, e não uma opção.

"Quem não se atualiza, não melhora a apresentação de seu produto ou otimiza, o processo de produção fica para trás. Os clientes hoje são mais exigentes, e as empresas devem dar respostas rápidas a eles", aponta José Roberto Rodrigues Silva, analista da unidade do Sebrae-SP do Grande ABC.

O pequeno empresário não tem a cultura de investir em tecnologia, geralmente por alegar falta de recursos, já que esse tipo de aporte geralmente é generoso, chegando a até 6% do faturamento. "Ele não enxerga os ganhos que terá no longo prazo, mas planejando melhor suas ações e equilibrando seu estoque, por exemplo, ele terá aumento de produção, diminuição no prazo de entrega do produto e redução de hora extra", afirma Cristiano Mesquita dos Santos, consultor de negócios da ABC71 Soluções em Informática.

No curto prazo, diz Santos, o investimento garante a sobrevivência da empresa no mercado e busca seu crescimento.

Um bom começo para inovar é a aquisição da licença de software de sistema de gestão empresarial. A ferramenta, também conhecida como ERP (Enterprise Resource Planning), reúne diversas áreas da empresa, como produção, desenvolvimento do produto, administração e comercialização. O sistema cruza as informações, otimizando e simplificando todo processo do produto, desde a fabricação até a distribuição.

De acordo com estudo do IDC (International Data Corporation), o mercado de ERP fechou 2009 com receita de R$ 2,5 bilhões, aumento de 17% comparado aos negócios gerados no ano anterior. A entidade estima que as vendas do software vão registrar crescimento anual de 8,39% até 2013.

Segundo o consultor, embora o investimento seja alto, o empresário pode lançar mão do cartão BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para financiar o sistema de gestão, com juros de 0,97% ao mês. No site (www.cartaobndes.gov.br), é possível simular o empréstimo.

BENEFÍCIOS - Para empresários do setor de autopeças, por exemplo, o ERP auxilia evitando o descumprimento de contrato firmado com sistemistas ou montadoras por conta do estoque equilibrado. "O software detecta se o número de peças é suficiente para a produção, e se está equiparado", diz Santos.

Outro ponto é o acompanhamento do desempenho da fábrica em tempo real e, com isso, se reduz os custos extras. Além disso, o sistema auxilia a medir a qualidade das peças, criando estatística de erros, rastreando a produção e identificando os defeitos.

Santos conta que uma empresa de etiquetas cliente da ABC71 triplicou a produção três anos após implementar o sistema, passando a 600 milhões de unidades. Os gastos com tecnologia começaram na casa dos 2% do faturamento, e atualmente ocupam 0,38% da receita. O prazo de entrega diminuiu em 42%.

SUPORTE - De acordo com o analista do Sebrae-SP, a entidade oferece subsídio de 80% em consultorias para micro e pequenas empresas - com faturamento de até R$ 2,4 milhões - que precisem de auxílio para detectar como podem otimizar seus processos.

O Sebraetec, como é chamado, permite que os empresários façam um projeto por ano, com até 200 horas de consultoria. O auxílio voltado ao aperfeiçoamento tecnológico custa R$ 15 mil, mas sai para o empreendedor por R$ 3.000.




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