Relatório do TCE (Tribunal de Contas do Estado) referente a 2011 indica que o Grande ABC possui 2.574 servidores comissionados espalhados pelas prefeituras das sete cidades. O número corresponde a 6,2% dos 41.407 funcionários públicos (38.833 concursados) que atuam no Grande ABC.

Os Executivos de Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra gastaram, juntos, R$ 2,3 bilhões de suas receitas com o funcionalismo há dois anos - o estudo não apresenta valores específicos de salários dos apadrinhados dos governos municipais. Os Paços empenharam 37,01% de suas receitas para depósito de vencimentos dos trabalhadores públicos.

Em 2010, os sete municípios informaram ter 2.846 servidores indicados. A quantidade representava 7% da força humana das administrações públicas, que dispunham de 41.385 funcionários (eram 22 vagas a menos do que a disponibilizada de 2011).

A Prefeitura de Mauá lidera a lista de Paços com maior número proporcional de vagas apadrinhadas. No total, 455 dos 3.424 servidores (ou 13,3%) entraram no governo de Oswaldo Dias (PT) sem ter passado por concurso. A gestão petista despendeu R$ 180,7 milhões para quitar despesas salariais - 29,2% da receita daquele ano, contabilizada em R$ 618,6 milhões.

Apesar de ter cortado 213 cargos comissionados, o Executivo de Rio Grande da Serra ainda está entre as administrações públicas que mais empregam indicados. São 88 comissionados entre os 690 servidores (ou 12,75%) que atuavam no governo de Adler Kiko Teixeira (PSDB). Em 2010, o governo local era composto de 301 trabalhadores comissionados e havia 603 postos públicos - 50% do quadro.

A redução drástica no número de indicações na gestão de Kiko foi forçada pelo Ministério Público. A instituição abriu inquérito civil para apurar possível abuso de nomeações no governo do tucano, que hoje atua como chefe de Gabinete do prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV).

São Caetano aparece em terceiro lugar no ranking de prefeituras que mais contratam comissionados. Dos 4.296 servidores, 356 eram apadrinhados (8,3% do total). O gasto com pessoal do penúltimo ano da administração de José Auricchio Júnior (PTB) foi de R$ 381,5 milhões - 43,47% da receita corrente do Executivo naquele ano, contabilizada em R$ 877,5 milhões.

Em seguida aparecem Ribeirão Pires (287 comissionados, 4.414 servidores), Diadema (400 comissionados, 6.600 servidores), Santo André (403 comissionados, 7.741 servidores) e São Bernardo (585 comissionados, 13.842 servidores).

FOLHA INCHADA

A Prefeitura de Diadema tem a folha de pagamento mais inchada da região. No total, a administração despende 49,55% da receita corrente líquida com os salários dos servidores. A LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal) determina que gestões gastem até 54% da verba com funcionalismo público.