Sob forte comoção de amigos, parentes e colegas de trabalho, o corpo da recepcionista Maria Aparecida Moura, 22, foi enterrado na manhã de ontem no Cemitério Vila Carminha, em São Bernardo. Ela é uma das três mulheres atropeladas por um manobrista na tarde de terça-feira. Adriano Castro Amorim, 39, dirigia o EcoSport adaptado para deficiente físico, de um cliente, quando perdeu o controle do carro e invadiu uma lanchonete na Rua Marechal Deodoro, no Centro de São Bernardo.

“Estava sentado à mesa com ela. Quando vi o carro, num gesto automático consegui me desviar, mas nem deu tempo de gritar. Na hora só me preocupei em ver como ela estava”, relata o namorado da vítima, Thiago Rodrigues, 26. “Ela era ótima pessoa, tinha um bom coração. A gente ia completar dois anos de namoro e tínhamos planos para o futuro.”

Maria vem de uma família grande. Filha adotiva, ela tinha outros 11 irmãos, mas nem todos puderam comparecer ao enterro. Quando criança, a recepcionista veio de Pernambuco com a família e, após a morte do pai, a mãe e parte dos irmãos resolveram voltar para o Nordeste. Ela morava com a irmã e o cunhado no Jardim Calux, onde cursava o Ensino Médio no período noturno. Durante o dia trabalhava na recepção de um motel no bairro Demarchi.

“Era uma pessoa maravilhosa. Ajudava em tudo o que precisasse, se preocupava com os outros e sempre estava ao meu lado quando necessário”, lembra o irmão José Paulo Bezerra de Moura, 41. “A gente deu a notícia para minha mãe, que ficou arrasada. Ficou tão mal que não teve condições de estar aqui”.

As outras vítimas do acidente – Bruna Jesus Rosa, 23, e Luana Lima, 26 – passaram por atendimento médico e foram liberadas no mesmo dia do acidente.