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BC do Japão mantém política monetária inalterada
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04/10/2013 | 03:16
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O Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) manteve a sua política monetária inalterada pela sétima vez consecutiva, citando uma recuperação econômica vigente, mas sinalizou preocupações com o futuro, inclusive sobre o crescimento global e o impacto de um aumento do impostos sobre as vendas em abril de 2014.

A decisão de política monetária era amplamente esperada. Esta foi a primeira reunião desde que o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, anunciou que iria avançar com um aumento do imposto sobre vendas de 5% para 8%.

Seis meses depois de o banco central iniciar a flexibilização da sua política monetária, os preços estão subindo e o sentimento empresarial melhorou para os níveis observados antes da crise financeira que começou em 2008.

Após a reunião de política monetária, o conselho de nove membros decidiu por unanimidade manter a sua política de aumentar a base monetária em 60 trilhões de ienes a 70 trilhões de ienes anualmente.

O BOJ também manteve a sua avaliação otimista da economia, dizendo que ela está "se recuperando moderadamente", repetindo a frase utilizada no mês passado.

A pesquisa Tankan, divulgada nesta terça-feira pelo BoJ, mostrou o sentimento de negócios entre grandes empresas estava no seu nível mais alto desde a crise financeira global de 2008. Depois de 15 anos de deflação, os preços ao consumidor começam a registrar elevações.

O BoJ, porém, está preocupado com a evolução das economias no exterior, cuja recuperação é vital para uma maior retomada da economia japonesa. Em um comunicado emitido após a reunião de política monetária, o banco central japonês citou o problema da dívida europeia, as economias emergentes, o ritmo da recuperação dos Estados Unidos e os riscos disso para o Japão.

Outra preocupação é o impasse sobre o orçamento e o teto da dívida norte-americana, o que obrigou a paralisação do governo dos EUA desde 1 de outubro. O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, advertiu nesta quarta-feira que a paralisação do governo norte-americano pode ameaçar a recuperação econômica do país e do mundo.

O presidente do BoJ, Haruhiko Kuroda provavelmente vai ser receptivo ao anúncio de Abe sobre a elevação do imposto sobre vendas. Anteriormente, Kuroda tinha avisado que adiar o movimento poderia minar a confiança dos investidores na política fiscal do Japão e causar um aumento das taxas de longo prazo.

Para Kuroda, a economia japonesa pode suportar os efeitos do aumento do imposto e as autoridades do BC japonês têm a intenção de não agir quando o imposto subir. Mas os economistas veem um cenário diferente, esperando que o banco central adotará novas medidas de flexibilização para evitar uma recessão da economia.

A maioria dos economistas consultados pelo The Wall Street Journal disse que o pacote de estímulos de 5 trilhões de ienes planejado por Abe para acompanhar a decisão do aumento do imposto não será suficiente para compensar os efeitos negativos da elevação da taxa. Por isso, acreditam quer o BoJ vai intervir em abril.

O membro do conselho, Takahide Kiuchi, ex-economista do Nomura Securities, propôs novamente que o compromisso de inflação do banco central fosse mais flexível para que as taxas de longo prazo se estabilizassem.

Ele ainda afirmou que a meta de inflação de 2% deve ser caracterizada como algo a ser implementado no "médio e longo prazo" e que a política de flexibilização atual fosse vista "como uma medida intensiva com um prazo de cerca de dois anos". Sua proposta foi rejeitada pelos outros 8 membros. Fonte: Dow Jones Newswires.




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