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Câmara aprova reajuste de 7% com ressalva à atuação sindical

Vereadores de São Caetano reclamaram da falta de discussão da entidade com o funcionalismo

Por Gustavo Pinchiaro
Do Diário do Grande ABC
05/06/2013 | 07:00
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A Câmara de São Caetano aprovou ontem em definitivo os projetos de lei que concedem reajuste salarial de 7% aos funcionários do Executivo e do Legislativo. O plenário, no entanto, deixou a ressalva de que a postura do Sindserv (Sindicato dos Servidores Públicos), dirigido por Miguel Parente Dias, foi insatisfatória por conta da falta de diálogo com a categoria no processo.

A declaração de Dias de que não é necessário realizar assembleias para o funcionalismo aprovar acordos com Executivo foi o principal questionamento do Parlamento. O sindicalista se respaldou na Convenção 51, que tramita no Congresso, e oficializaria a atividade dos sindicatos para negociar com o poder público. Em contrapartida, a Casa elogiou a postura do prefeito Paulo Pinheiro (PMDB) na negociação e classificou o ato como promessa cumprida.

“Vou parafrasear o Eder Xavier (PCdoB): absurdo, absurdo, absurdo, dizer que não precisa de assembleia”, declarou Edson Parra (PHS). “Esse não é o papel de uma entidade sindical. É preciso discutir com a categoria. Entendemos que foi um bom reajuste, um dos maiores da região, mas é preciso diálogo”, discorreu Pio Mielo (PT). Eder Xavier reforçou o discurso do petista com os mesmo argumentos.

Para o vereador e presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano, Aparecido Inácio da Silva, o Cidão (PDT), a declaração de Dias foi “infeliz”, mas a conquista foi positiva. O funcionalismo terá 5% de acréscimo nos vencimentos retroativos a 1º de maio e receberá mais 2% em novembro. A soma dos valores, 7%, ficou um pouco acima da variação da inflação de 6,87%, de maio a abril, segundo o Dieese.

Apesar de representar certo ganho real aos trabalhadores, o ex-vereador Horácio Neto (Psol) e o presidente do diretório municipal socialista, Fernando Turco, questionaram o acordo. A dupla entregou carta em que explica que a medida representou arrocho salarial, já que variação da inflação medida pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) foi de 7,16%. “Meu escritório de advocacia fez estudo. As perdas salariais dos servidores foram de 33% e o prefeito não está fazendo a reposição”, comentou Neto.

TRADIÇÃO

O presidente da Casa, Sidnei Bezerra da Silva, o Sidão (PSB), explicou pela primeira vez em público o motivo de ter seguido a negociação feita por Pinheiro para reajustar os salários dos funcionários do Legislativo. “É uma tradição nessa Casa os presidentes seguirem o índice dado pelo prefeito.”

Motoristas da Vipe pedem apoio parlamentar

Em torno de 15 motoristas da Vipe (Viação Padre Eustáquio), concessionária das linhas de ônibus de São Caetano, buscaram informações sobre a situação do contrato da companhia ontem no Legislativo. O documento e a licitação de 2007 com a empresa foram julgados irregulares pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado) e por conta disso o Palácio da Cerâmica estuda promover novo certame para renovar o contrato.

O grupo de funcionários se reuniu com o vereador Pio Mielo (PT). “Estavam falando que o serviço não é bom, que o ônibus demora mais de 40 minutos para passar nos pontos e que nós não tratamos os usuários bem. Ficamos preocupados sobre a manutenção dos nossos empregos”, disse um dos motoristas. Os trabalhadores, que estavam vestidos com o uniforme da Vipe, optaram por não se identificar porque disseram ter tomado a iniciativa sem consultar a chefia e temiam represálias.

Pio disse que o encontro foi positivo e produtivo. “A intenção é que a empresa continue no município porque não queremos perder postos de trabalho. Mas precisamos discutir o valor da tarifa (R$ 3,30) e a qualidade do serviço prestado”, avaliou.

A licitação promovida na gestão do ex-prefeito e hoje secretário paulista de Esporte, Lazer e Juventude, José Auricchio Júnior (PTB), foi considera restritiva pelo TCE. O governo entende que o parecer da corte cria instabilidade jurídica e pode prejudicar o cumprimento do edital, já que o mesmo foi julgado irregular.




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