O relatório parcial da PF (Polícia Federal) sobre o escândalo do envolvimento de petistas na tentativa de compra de um dossiê que ligaria políticos do PSDB com a ‘máfia das ambulâncias’, entregue nesta sexta-feira à Justiça, apontou Jorge Lorenzetti como o homem que artículos toda a operação.

De acordo com Jornal Nacional (TV Globo), o ex-analista de risco e mídia da campanha à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), também conhecido como o churrasqueiro de Lula, negociou diretamente com Luiz Antônio Vedoin (dono da Planam, empresa acusada de liderar a ‘máfia dos Sanguessugas’) a compra do dossiê. Vedoin é apontado como o produtor dos documentos anti-tucanos.

Segundo a PF, o dossiê tinha como principal objetivo alterar o rumo das eleições no Estado de São Paulo, já que a principal vítima dele seria o ex-ministro da Saúde José Serra (PSDB), líder das pesquisas de intenção na época e que acabou vencendo o pleito.

Líder do esquema, Lorenzetti resolveu acionar três petistas para ajuda-lo na fraude: Expedito Afonso Veloso, ex-diretor do Banco do Brasil, Osvaldo Bargas, ex-secretário do ministério do Trabalho e Gedimar Passos, ex-agente da PF. No entanto, a operação foi frustrada por policiais no dia 15 de setembro, quando Gedimar foi preso em um hotel de São Paulo ao lado do também militante Valdebran Padilha com R$ 1,7 milhão, dinheiro que seria utilizado para comprar o dossiê.

No entanto, mesmo tendo comandado toda a operação segundo a PF, Lorenzetti disse que não sabia qual a origem do dinheiro.

Hamilton Lacerda – O ex-vereador de São Caetano que comandava a campanha de Aloizio Mercadante (PT) ao governo de SP quando teve o nome envolvido do escândalo, é apontado no relatório como o homem que entregou o dinheiro a Gedimar e Valdebran. Ele foi flagrado por uma câmera de segurança com uma mala em que estaria o montante.

No entanto, ele alegou que nesta mala havia apenas boletos de contribuição para a campanha de Lula. A PF não acreditou nesta versão e confirmou que o dinheiro tinha origem ilegal. Além disso, revelou que parte dele veio mesmo do jogo do bicho.

Freud Godoy – No relatório, não há qualquer indício da participação do ex-assessor da secretaria da presidência da República no escândalo. Não inclui sequer a revelação feita por Gedimar (que depois ele próprio voltou atrás e negou) de que Godoy teria mandado comprar o dossiê. Além disso, a PF não explicou porque mandou quebrar o sigilo bancário do petista.

No relatório, o delegado Daniel Lorenz pede mais 30 dias para a conclusão do inquérito.