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Copa faz Prefeitura ‘limpar’ o Morumbi
Por Anderson Rodrigues
Do Diário do Grande ABC
22/11/2007 | 07:09
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Um dia atípico em São Paulo. Os envolvidos na organização do jogo entre Brasil e Uruguai resolveram mudar o cotidiano do Morumbi ontem.

Muitas regras, pouca paciência, principalmente com os envolvidos na festa fora de campo. Uma nova maquiagem, tudo de olho na imagem do estádio e da cidade que deverão receber a Copa do Mundo de 2014.

A Polícia Militar não deu espaço antes de o jogo começar. Com 1.022 homens do lado de fora, ela teve a ajuda de fiscais da prefeitura para impedir o trabalho dos ambulantes, muitos deles com permissão, cassada pela Prefeitura, numa resolução publicada no último dia 14.

“Só vai trabalhar quem estiver dentro da legalidade. Demos abertura para atender à determinação da Justiça (liminar favorável aos vendedores), mas, infelizmente, ninguém apresentou os documentos em dia”, argumetou Mauricio Pinterich, subprefeito do Butantã, que mediou a situação e conduziu o caso de forma a impedir a instalação das barracas dos comerciantes.

Com sacolas camufladas, os ambulantes se escondiam, percorriam centena de metros para vender uma latinha de cerveja.

“As pessoas chegam com fome, sede e não há bares ou restaurantes por perto. Querem fazer bonito, mostrar para o mundo um País organizado, mas esquecem dos consumidores e de nós, que precisamos trabalhar”, disse James da Silveira, que teve sua kombi bloqueada na entrada do espaço para as barracas e que perambulava pelas ruas.

Com a camisa do Santo André, o vendedor Benedito Firmino veio da Vila Pires para assistir o jogo. Deficiente – paralisia infantil –, o homem, de 45 anos, ficou indignado com a postura da Prefeitura. “Estamos num País democrático. Tenho o direito de consumir. Não pode nem fazer rodinha com amigos que a polícia vem em cima, na ignorância”, disse.

Segundo o 1º tenente do batalhão no estádio, Massera, a partir de hoje, em todos os jogos, não haverá espaço para ambulantes, flanelinhas e cambistas. “A ação destas pessoas, muitas vezes, está aliada a pequenos delitos. Enquanto houver a determinação da Prefeitura, vamos coibir”, garantiu.

Impossível foi determinar o número de pessoas levadas à base policial para averiguação. E a Copa nem começou!.



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