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Morumbi vê clássico sob tensão
Por Renan Cacioli
Do Diário do Grande ABC
16/10/2005 | 08:26
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Partidas remarcadas, ameaça de greve por parte dos árbitros paulistas, torcidas organizadas dispostas a cobrar na Justiça o ressarcimento do dinheiro gasto nos jogos da Máfia do Apito. É no meio desse caldeirão chamado Campeonato Brasileiro que Palmeiras e Corinthians protagonizam um clássico repleto de tensão, às 16h, no Morumbi, pela 32ªrodada da competição.

Os treinadores disfarçam, os jogadores falam apenas em jogar bola, mas o clima deixado no torneio depois da remarcação das partidas apitadas pelo árbitro Edílson Pereira de Carvalho, o ator principal do caos, e que por coincidência beneficiou a boa campanha do Corinthians, que já vinha disputando a ponta da tabela antes do escândalo, faz com que o famoso dérbi ganhe ingredientes extra-campo que tornam o confronto uma incógnita.

Para fazer o Morumbi ferver de vez, a lembrança do ocorrido no clássico de quinta-feira, quando teve invasão de campo na Vila Belmiro após a polêmica vitória corintiana sobre o Santos por 3 a 2, e o juiz Cleber Wellington Abade saiu escoltado pela PM do gramado. “O Morumbi comporta melhor um jogo dessa estirpe”, confia o técnico corintiano Antônio Lopes, que terá pela frente seu primeiro dérbi, classificado pelo delegado como “um jogo normal”.

Uma aparente maior tranqüilidade do Corinthians tem explicação: seis pontos à frente do segundo colocado, o Goiás, que somou 56 até o momento, o time do argentino Tevez – que em oito clássicos disputados, ainda não marcou nenhum gol – tem pela frente um rival que disputa uma final a cada rodada. O Palmeiras é o quarto colocado, tem 52 pontos, e precisa da vitória neste domingo se ainda quiser sonhar com o título.

Mar de Lama – Emerson Leão, que já falou em “mar de lama”, entre outros termos para qualificar o campeonato depois da anulação dos 11 fatídicos jogos, ainda quebra a cabeça para solucionar o desfalque do meia-atacante Marcinho, que anotou 17 gols na competição. Warley, criticado pelo treinador depois do coletivo de sexta-feira, sábado teve uma conversa com o comandante e conta com boas possibilidades de subir ao gramado do Morumbi entre os titulares.

“Temo pelo clássico”, diz o diretor da Mancha Alviverde, Reginaldo Pereira. Na verdade, todos os envolvidos temem, a começar pelo árbitro Wilson de Souza Mendonça, o escolhido para conduzir o jogo. É Palmeiras e Corinthians. É clássico de eternos rivais. Como disse Antônio Lopes, “tudo pode acontecer”.




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