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Cristovam Buarque quer revolucionar educação
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04/07/2006 | 08:14
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Candidato do PDT à presidência da República, o senador Cristovam Buarque defendeu nesta segunda-feira a definição de metas para a educação a serem cumpridas sob pena do governante se tornar inelegível. Embora tenha apenas 1% das intenções de voto, segundo as pesquisas, e tenha sido o único a admitir que pode não ganhar a eleição, Cristovam é o primeiro candidato a presidente que apresentou uma proposta de governo e não ficou apenas no ataque a adversários.

“Não existe meta para inflação? Temos que ter metas para educação. Não existe a Lei de Responsabilidade Fiscal que torna inelegível quem gasta mais de 60% com o funcionalismo? Temos que ter a Lei de Responsabilidade Educacional”, afirmou ele, em entrevista concedida nesta segunda-feira na sede do diretório estadual do seu partido, no Recife, quando reforçou a necessidade de uma revolução na educação.

“A educação é a porta para o país deixar de ser atrasado pela deficiência, pela desigualdade, pela dependência, pela corrupção”, afirmou o candidato, ao frisar que as metas educacionais não podem ser “malucas”, mas são imprescindíveis.

Segundo ele, deve-se estabelecer metas de tempo – e estratégias – para se conseguir, por exemplo, que as crianças cursem todo o primeiro grau menor, metas para que todas elas aprendam a ler e escrever ao chegarem na quarta série, metas para que todas as escolas funcionem em tempo integral, metas para as escolas públicas de todo o país tenham um mínimo de equipamentos e estrutura, metas para que todos os professores tenham uma formação básica e salário digno.
  
Rejeição – O senador contou que no início do governo Lula – quando ocupou por um ano o cargo de ministro da Educação – apresentou uma lista de metas para a educação. “Mas Lula ficou furioso e disse que não iria definir metas que poderiam não ser conquistadas”, contou Cristovam.

O candidato aparece com 1% das intenções de voto para a Presidência da República. Propõe a federalização do ensino básico como forma de se implantar, em todo o país, um padrão mínimo de formação (e salário) do professor de ensino básico, um padrão mínimo de estrutura e equipamentos da escola pública e um padrão mínimo de conteúdo escolar, num trabalho de pelo menos 15 anos.

“Em qualquer lugar do Brasil, mesmo nas menores cidades, há uma agência do Banco do Brasil bonitinha, com ar-condicionado com funcionários que seguem um mesmo padrão”, observou ele, ao exemplificar o desnível das escolas públicas brasileiras: 22 mil escolas públicas do país não têm banheiro, 27 mil não têm energia elétrica e 52% (média brasileira, sendo ainda maior no Nordeste) dos alunos de escola pública chegam à quarta série sem saber ler e escrever. Com a federalização, o governo federal ficaria responsável pelo financiamento do ensino básico, mas o gerenciamento seria descentralizado, sob responsabilidade das prefeituras.

Para o senador, a educação deve ser o diferencial do governo brasileiro. O resto – economia, transporte, saúde – é pura obrigação. Na sua avaliação, o governo Lula (PT) não piorou a educação no Brasil, mas não melhorou o suficiente. Por isso, não quer o pró-Lula ou o contra-Lula, mas o “pós-Lula”. O candidato visitou sua primeira professora, pela manhã, sem a presença da imprensa, e à noite iria realizar palestra sobre educação no auditório do Colégio Vera Cruz.



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