A polícia e o exército da Venezuela prenderam neste domingo 88 integrantes de um grupo paramilitar acusados planejar um golpe de Estado no país. A operação foi considerada um “golpe ao terrorismo” pelo presidente Hugo Chávez. "É um golpe à contra-revolução, ao terrorismo e pela paz civil", ressaltou Chávez em seu programa de rádio "Aló, presidente".

Chávez acusou setores da oposição, especialmente os militares dissidentes ao governo e os donos da mídia privada, de insistirem numa suposta conspiração contra ele. Ele ainda denunciou que "desde a Colômbia, grupos terrroristas, paramilitares e forças estrangeiras querem injetar violência" na Venezuela.

O presidente venezuelano destacou que entre os detidos está um "importante chefe paramilitar colombiano", ainda não identificado, capturado na madrugada deste domingo numa fazenda localizada na área montanhosa Sabaneta de Baruta, nos arredores do sudeste de Caracas.

Um dos detidos disse que o objetivo do grupo era tomar um forte militar em Caracas na próxima quarta-feira, como início de uma suposta invasão a partir da Colômbia de, pelo menos, três mil paramilitares colombianos.

Chávez foi objeto de uma tentativa frustrada de golpe de Estado em abril de 2002 que o tirou do poder por 47 horas.

No sábado, a oposição venezuelana - reunida na aliança Coordenadoria Democrática - ensaiou em nível nacional uma operação de validação das assinaturas, para um eventual e futuro referendo para encurtar o mandato de Chávez, questionadas pelo órgão eleitoral.

O presidente Chávez, forte crítico do Governo americano de George W. Bush, foi acusado em um relatório do Departamento de Estado de não fazer o suficiente para combater o terrorismo no país, especialmente na fronteira colombiano-venezuelana de mais de dois mil quilômetros de extensão.