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Crise da Varig reduz o fluxo de turistas estrangeiros ao país
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16/08/2006 | 08:13
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A crise da Varig fez o governo reduzir sua previsão de entrada de turistas internacionais no país este ano. De acordo com o ministro Walfrido dos Mares Guia, a meta de atrair pelo menos 7 milhões de estrangeiros em 2006 não deverá ser alcançada. Com os cancelamentos de quase todos os vôos da Varig para o exterior, o ministério calcula que houve uma redução de 400 mil assentos em vôos internacionais no primeiro semestre deste ano, já que as concorrentes não conseguiram suprir toda a demanda.

“A meta anual está pre-judicada’’, resumiu o ministro do Turismo, após participar da solenidade de posse da nova presidente do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur), Jeanine Pires. Segundo a Embratur, entre janeiro e junho deste ano foram 3,417 milhões de desembarques internacionais no Brasil. Um aumento de 1,60% em relação aos 3,363 milhões registrados no mesmo período do ano passado. Na avaliação de Mares Guia, sem a crise da Varig esse crescimento poderia ter sido de 10%. Em 2005 foram 5,5 milhões de desembarques no país.

Acordos – O ministro informou que nos próximos dias fará reunião com a diretoria da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) para tratar da renegociação dos acordos bilaterais com outros países. É nesses acordos que se definem as reciprocidades de oferta de vôos internacionais e quais as companhias que farão os destinos entre os países.

A Anac anunciou no final da semana passada que iniciaria um processo de licitação para redistribuição das rotas que ainda cabem à Varig, mas que deixaram de ser operadas temporariamente por decisão dos novos controladores. A Justiça do Rio de Janeiro, no entanto, suspendeu a decisão da Anac e “congelou” por 30 dias, a contar da homologação da venda da companhia prevista para o dia 25, toda a malha aérea que a empresa detém.

Enquanto se mantém inalterada a situação das rotas e dos espaços nos aeroportos (slots), os indicadores da Varig vão despencando. Em julho, segundo a Anac, a Varig teve apenas 15% de regularidade e 12% de eficiência operacional no cenário internacional. Em janeiro, esse índices eram de 90% e 78%, respectivamente.

O ministro aproveitou a solenidade na Embratur para destacar o bom desempenho do setor de turismo nos últimos anos e sua contribuição para as contas externas do País. Sem fazer comparação direta com governos anteriores, Mares Guia afirmou que o Brasil hoje “não vive mais de pires na mão, catando dólares para fechar suas contas” e muito disso se deve à contribuição da captação de dólares pelo turismo internacional.

Varig antiga – A Varig antiga, que permanece em recuperação judicial para reduzir o passivo de R$ 7,9 bilhões da empresa, deverá começar a operar em dois meses, informa o presidente da Varig, Marcelo Bottini. Segundo ele, até o fim do ano a operação da companhia poderá ser maior do que apenas uma rota (Congonhas-São Paulo), conforme o plano de recuperação. Outras possibilidades são vôos para Fernando de Noronha, região nordeste de Salvador e Rio-Salvador.

Hoje, os credores escolherão o gestor judicial e o agente fiduciário da Varig antiga. “Ela (Varig antiga) não é limitada a fazer só essa rota. Ela pode fazer outras rotas, vai depender de aviões e tripulação disponíveis”, afirmou Bottini. Ele também esclareceu que o número de funcionários da Varig antiga vai extrapolar os 50 previstos como pessoal de suporte no plano de reestruturação. Isso porque, incluindo outros empregados, deverão ser até 130 pessoas.



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