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Difícil ficar indiferente ao drama ‘O Lenhador’
Por Alessandro Soares
Do Diário do Grande ABC
04/03/2005 | 13:53
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Um carpinteiro sai do tratamento psiquiátrico e consegue emprego numa madeireira, favor que o dono lhe fez por serviços prestados anteriormente a seu pai. Se esse carpinteiro fosse um pedófilo em liberdade condicional e em processo de tratamento de seus impulsos sexuais, o que você faria? Esta discussão proposta pelo filme O Lenhador, que estréia em São Paulo, pode acarretar asco em qualquer um, mas é impossível não reagir diante da história. Primeiro, porque o filme é elegante ao tratar o tema, sem apelações nem violência barata. E Kevin Bacon interpreta o personagem de forma simples, sem arroubos ou estereótipos.

A direção da estreante Nicole Kassel é um olhar feminino maduro sobre o tema. O lenhador do título é o personagem da história de Chapeuzinho Vermelho, que salva a menina do Lobo Mau. É justamente diante de uma menina de 12 anos, vestida com um casaquinho vermelho, que Walter (Kevin Bacon) tem de confrontar seus demônios internos. Ele tem uma irmã e uma sobrinha, e não pode vê-las devido a seu passado de pedófilo condenado. Em sua remissão, não se considera monstro, pois afirma não machucar as crianças, só tocá-las. Diz isso diante da namorada, que reluta em aceitá-lo, mas ela também foi vítima de pedofilia no passado.

Morando em um apartamento diante de uma escola infantil, Walter está cercado de seus demônios interiores. Procurar o Lobo Mau na história com uma possibilidade de redenção do monstro pedófilo é a proposta da diretora. Solução que não deixa ninguém indiferente.



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