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Iveco usa engenharia brasileira no Vertis
Wagner Oliveira
Enviado a Mata de São João (BA)
23/10/2010 | 07:00
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A Iveco desenvolveu seu primeiro caminhão médio para disputar o transportador que vislumbra oportunidades no ambiente de crescimento da economia brasileira - frotistas ou autônomos. O Vertis estreia no concorrido segmento que atualmente comanda 20% das vendas de caminhões no Brasil. O produto cobre lacuna no portfólio da empresa, que não tinha nada entre Daily Maxximo (7 t)e Tector (17 t).

O presidente da Iveco Latin America, Marco Mazzu, disse ontem que o objetivo foi desenvolver um produto com custo competitivo e consumo reduzido. "Isso é exigência da economia do Brasil de hoje, onde a competitividade é reconhecido fator de crescimento", disse Mazzu, em Mata do São João, no litoral baiano.

O Iveco Vertis tem índice de nacionalização de 85%, fator que, segundo a montadora, garante melhores condições de adaptação à infraestrutura brasileira. O motor é o novo Iveco-FPT NEF 4, produzido pela FPT em Sete Lagoas (MG). Segundo a Iveco, o propulsor melhora a economia de combustível ao mesmo tempo em que reduz emissão de poluentes - além de já estar preparado para a conversão ao Euro V.

FÁCIL DE DIRIGIR
Durante o test drive, o caminhão mostrou-se dócil na direção. A cabina, que dá impressão de ser um pouco apertada, tem comandos bem acessíveis e boa posição de dirigir. A visibilidade também é um dos pontos fortes do Vertis, que terá sua maior aplicação em áreas urbanas ou em viagens interurbanas de curta e média duração - entre centros de distribuição e o comércio .

O design frontal destaca-se- pelos faróis trapezoidais (que têm regulagem de altura). O para-choque de plástico flexível, que se projeta à frente e inclui as luzes de neblina, também confere bom efeito visual. O uso de apliques pretos nas portas, sob as janelas, nos espelhos retrovisores e no para-sol cria os contrapontos que reforçam as linhas da cabine.

O Iveco Vertis chega nas versões de 9 e 13 toneladas, denominadas 90V16 e 130V18. Os primeiros números indicam capacidade de carga, o V o nome do produto e os últimos números a potência do motor. Dessa forma, o Iveco Vertis 90V16 tem PBT de 9.300 quilos e entrega potência de 154 cv. Nessa versão, ele conta com três opções de entre-eixos (3.308 mm, 3.800 mm e 4.350 mm) e é disponível com cabine simples. Já o Iveco Vertis 130V18, com PBT de 13,3 mil kg, desenvolve 173 cv e também vem com três opções de entre-eixos (4.350 mm, 4.750 mm e 5.100 mm). A versão 130V18 tem dois tipos de cabine: simples e estendida. Os preços de entrada variam de R$ 118,5 mil a R$ 136,9 mil.

Nas duas faixas de potência, 154 cv e 173 cv, o motor Iveco-FPT NEF 4 busca a melhor performance. A versão de 154 cv entrega torque máximo de 53,2 mkgf numa ampla faixa que vai de 1.400 a 2.000 rpm. Já no motor de 173 cv, o torque é de até 59,3 mkgf entre 1.400 rpm e 2.000 rpm. A engenharia da Iveco considera adequada a motorização para encarar diferentes topografias brasileiras e latino-americanas.

Com o Vertis, a Iveco também procurou integrar a engenharia da filial brasileira à rede mundial Iveco. "O projeto é local, a plataforma tecnológica é mundial e o suprimento é global", afirmou Renato Mastrobuono, diretor de desenvolvimento de produto da Iveco Latin America. "O design, também criado no Brasil, lembra o visual dos outros caminhões da marca, especialmente a grade em V, com largas entradas de ar e o grande logo Iveco centralizado."

Desenvolvido por uma equipe de 150 engenheiros e técnicos brasileiros e argentinos, que trabalharam por dois anos em parceria com a matriz, na Itália, e a unidade industrial da Iveco na China, o Vertis foi submetido a longos testes de durabilidade. "E como em todos os nossos projetos, ouvimos os clientes", disse Mastrobuono.

Os tanques duplos de combustível, posição de fixação do estepe, detalhes do interior da cabine e a disposição de muitos componentes foram feitos de acordo com a indicação de empresas clientes envolvidas no projeto.

Na opinião de Alcides Cavalcanti, diretor de vendas e marketing da Iveco para o Brasil, o produto já é um sucesso. "Antes mesmo do seu lançamento oficial, a Iveco já vendeu praticamente toda a produção programada para 2010", revela o diretor. O primeiro lote, de quase 400 unidades, já foi fechado com clientes do setor atacadista, entre eles a empresa Martins, de Uberlândia, a maior do setor no Brasil. "Nossa meta é alcançar 10% do mercado dos médios já em 2011", diz Cavalcanti.


Médio deixa empresa mais competitiva no mercado nacional
O presidente da Iveco Latin America, Marco Mazzu, disse que, com o Vertis, a empresa fica mais forte no mercado brasileiro, onde já prepara nova etapa de investimentos. No primeiro plano, que começou em 2007 e se encerrará em 2011, a empresa investe R$ 570 milhões - na ampliação da fábrica em Sete Lagoas (MG) e renovação de produtos.

Mazzu disse que a Iveco vendeu em seus dez primeiros anos de atuação no Brasil 30 mil caminhões - mesmo volume que a montadora atingiu nos últimos três anos. "O mais importante é que os próximos 30 mil virão em dois anos", disse o executivo, que contou com a participação do ator Stenio Garcia, do seriado Carga Pesada, da Rede Globo, para fazer a apresentação do produto inédito.

Mazzu revelou ainda que o Brasil é estratégico para o crescimento mundial da Iveco. "Poucos países conseguem se rivalizar com o Brasil em termos de energia, perspectivas e investimentos", afirmou ele, que tem mulher e filhos brasileiros. "Com o Vertis, a empresa se fortalece com a nova fase de vertiginoso crescimento econômico", completou.

Mais estruturada e agora com gama completa de produtos, a Iveco diz ter condições de disputar de igual para igual com todos os concorrentes que operam no mercado nacional. "Nosso verdadeiro crescimento começa agora", encerrou, firme, o presidente da Iveco, empresa que compõe o Grupo Fiat.




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