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Exame prático do Detran para deficientes físicos é marcado por confusão

Motoristas tiveram de aguardar mais de duas horas para iniciar os testes, na Vila Pires

Por Nelson Donato
especial para o Diário
01/11/2016 | 07:07
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Nario Barbosa/DGABC


O exame prático de 103 motoristas com deficiência física, agendado para a manhã de ontem, no cruzamento entre as ruas Clélia e Xavantes, na Vila Pires, em Santo André, foi marcado por confusão e transtornos. Por conta do número relativamente pequeno de instrutores enviados pelo Detran-SP (Departamento de Trânsito do Estado de São Paulo) para a atividade, o serviço foi interrompido, por cerca de duas horas e meia, pelos médicos que acompanham o exame, necessário para emissão e renovação da CNH (Carteira Nacional de Habilitação).

Cadeirantes, idosos e pessoas com dificuldades de locomoção tiveram de aguardar a resolução do impasse em condições inadequadas. Não havia onde sentar, tampouco banheiros disponíveis. Muitos, cansados de aguardar e revoltados com o descaso, voltaram para casa sem realizar a prova.

Conforme os funcionários, apenas três examinadores estavam disponíveis para a realização do procedimento. “Eles (Detran-SP) sempre fazem isso. Mandam poucos profissionais para as provas, o que nos atrapalha e muito. Se tivéssemos aceitado essas condições, sairíamos daqui depois das 14h”, explica o médico José Eduardo Passarelli. “Esse problema já acontece há pelo menos seis meses. Ninguém se importa com as pessoas que têm deficiência, se elas estão em um local inadequado”, critica.

Somente às 10h30 o efetivo de examinadores foi reforçado pelo departamento, o que possibilitou o início dos testes. Porém, apenas 30 motoristas seguiam na espera pelo exame.

Um dos candidatos que aguardavam pela prova prática era Marcos Soares Gomes, 42 anos. Desde julho do ano passado, quando sofreu acidente de moto e ficou paraplégico, o cadeirante espera ansiosamente pela chance de dirigir novamente. “Cheguei às 7h45, vindo de Ribeirão Pires, e encontro uma situação dessas. É revoltante, somos tratados com descaso”, desabafa. Exatamente às 10h56, mais de três horas depois de chegar ao local de provas, Gomes conseguiu iniciar o exame. Demorou 15 minutos até que ele descesse do veículo com sorriso no rosto. “Passei!”, comemorou em tom de alívio.

Conforme o Detran-SP, o problema foi resultado de imprevisto com dois examinadores escalados para as avaliações. O órgão pede desculpas pelo transtorno e esclarece que solicitou prontamente a presença de dois examinadores extras para auxiliar no andamento do serviço. Aqueles que não conseguiram realizar a prova ontem tiveram a avaliação reagendada, sem custo adicional, para segunda-feira.
 




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