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Secretário defende CPI permanente contra quadrilhas
Do Diário do Grande ABC
16/10/1999 | 15:24
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O secretário Antidrogas, Walter Maierovitch, defende o funcionamento permanente de uma Comissao Parlamentar de Inquérito no Congresso para combater o funcionamento do crime organizado no país.

Para o secretário o crime organizado é o principal responsável pelo aumento da violência e pelo enfraquecimento operacional do aparato policial.

A proposta de Maierovitch é baseada no exemplo italiano, onde o Senado e a Câmara criaram comissoes permanentes anti-máfia. 'A CPI do Narcotráfico devia funcionar por prazo indeterminado. As investigaçoes da CPI sao feitas numa velocidade que nenhuma delegacia de polícia tem``, afirma o secretário.

Maierovitch anunciou que o governo vai enviar ao Congresso, em breve, duas novas medidas para combater o crime organizado no país. A primeira medida, proposta pela Secretaria Antidrogas, e em estudo no Ministério da Justiça, autoriza a infiltraçao de policiais em organizaçoes criminosas. 'Este tipo de investigaçao será feito com autorizaçao judicial e acompanhamento do ministério público``, disse. A outra medida, que está recebendo os últimos retoques do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), regulamenta o dever de vigilância dos bancos contra a lavagem de dinheiro obtido de forma ilícita.

Política - O crime organizado no Brasil, segundo o secretário, ainda nao desenvolve níveis de violência como os praticados pelos narcotraficantes colombianos ou pelos talibas, no Afeganistao. O método destas organizaçoes no país é mais parecido com o tradicionalmente empregado no sul da Itália: a infiltraçao no poder através da corrupçao de agentes policiais, políticos e do judiciário. 'Os fatos estao aí, se a gente nao agir o estado delinqüencial vai tomar conta do estado legal``, disse Maierovitch. O secretário afirma que em muitos municípios de fronteira sao eleitos prefeitos e vereadores com o apoio do crime organizado e que o mesmo ocorre no polígono da maconha em Pernambuco. 'Nao posso dar nomes, mas o polígono da maconha nao teria se formado sem cobertura política``, garante o secretário.

Sua avaliaçao é de que as autoridades policiais estaduais nao estao percebendo a dimensao do problema que estao enfrentando e, por isso, a maioria deles ainda nao está assinando os convênios para a criaçao de forças-tarefas com o governo federal para combater o crime organizado.




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