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Vitória de Bush aumentará pressão sobre a Coréia do Norte
Por Da AFP
04/11/2004 | 09:46
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A Coréia do Norte estará sob pressão crescente dos Estados Unidos para que o país volte à mesa de negociações e abandone suas ambições nucleares durante o segundo mandato do republicano George W. Bush, segundo analistas políticos.

No entanto, o presidente reeleito na quarta-feira deverá contar também com a influência moderada de seus outros interlocutores nas negociações, entre eles Seul e Pequim.

O ministro sul-coreano das Relações Exteriores, Ban Ki Moon, disse nesta quinta-feira esperar que a segunda administração Bush continue na mesma linha no setor de segurança. "Espero que a segunda administração Bush prossiga sua política externa, dando prioridade à guerra contra o terrorismo e à prevenção da proliferação de armas em destruição em massa", destacou Ban.

"Mas há a possibilidade de que Bush dê mais importância à cooperação internacional, já que seu primeiro mandato foi muito criticado durante a campanha à Casa Branca por causa do unilateralismo", destacou.

"Na próxima sessão de conversações nós pressionaremos a Coréia do Norte para que tome uma decisão corajosa sobre seu programa de enriquecimento de urânio e o desmantelamento dos programas nucleares", frisou Ban diante da Assembléia Nacional. No entanto, o ministro acrescentou não ter nenhuma indicação do regresso de Pyongyang à mesa de negociações agora que a administração Bush foi confirmada para outros quatro anos.

Vários dirigentes da região prestaram atenção à mensagem do candidato democrata John Kerry, afirmando que a situação se deteriorou durante a primeira administração Bush com a reativação do programa de plutônio de Pyongyang.

Os Estados Unidos também acusaram a Coréia do Norte, um dos três países do 'Eixo do Mal', ao lado do Iraque e do Irã, de continuar seu programa secreto de enriquecimento de urânio. A menos que os Estados Unidos se mostrem mais dispostos ao diálogo, a situação pode piorar mais, ressaltam os analistas.

De acordo com Yun Duk-Min, especialista em controle de armas nucleares, Bush pressionará para conseguir uma conciliação no problema da crise coreana, em respostas às acusações que sofreu durante seu primeiro mandato e, principalmente, na campanha. Desde setembro, Pyongyang boicota as conversações multilaterais sobre o seu programa nuclear, acusando os Estados Unidos de hostilidade.

O regime norte-coreano acompanhou atentamente o resultado das eleições americanas, esperando poder se beneficiar de melhores relações em caso de vitória do democrata John Kerry.

"Se a Coréia do Norte se recusar a abandonar seu programa nuclear, Bush mudará sua postura, com pressões múltiplas sobre Pyongyang", destacou Yun Duk Min, do Instituto de Relações Exteriores e Segurança Nacional.

Essa opção compreende a ativação da Iniciativa da Segurança contra a Proliferação (PSI), um programa liderado pelos Estados Unidos para reforçar a cooperação contra o tráfico de armas e o terrorismo.

O programa será dirigido em particular contra Pyonyang, acusado de exportar sua tecnologia de mísseis balísticos e de se munir de armas nucleares.




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