Diarinho Titulo Literatura
Thalita, a queridinha dos teens
Por Marcela Munhoz
Do Diário do Grande ABC
21/06/2009 | 07:25
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Boa notícia para a literatura: o número de leitores está crescendo no País. Em 2000, cada brasileiro lia dois livros por ano. Pesquisa do Instituto Pró-livro mostra que agora lê 4,7 livros por ano. Sabe quem são os principais responsáveis pelo fenômeno? Você, seus irmãos, primos, amigos...

Pode acreditar, crianças e adolescentes lêem mais do que adultos, segundo a Câmara Brasileira do Livro.

A escritora carioca Thalita Rebouças, 34 anos, está ligada nisso. Criadora da série Fala Sério!, virou a sensação entre as garotas com nove obras. Em breve, lançará a primeira para os garotos. No total, já vendeu mais de 350 mil livros, quantidade considerada alta para o Brasil. Qual o segredo do sucesso? Dominar com o adolescentanês, o que faz com que os leitores se identifiquem com os textos. Confira o bate-papo do D+ com a autora:

Você queria ser escritora desde criança?
Gostava de brincar de fazer livros, de ser apresentadora de telejornal e de bonecas. Brincava sozinha. Sempre gostei da minha companhia, acho que por isso escolhi a carreira de escritora, que é bem solitária.

Por que é a queridinha dos adolescentes?
Porque se identificam com as histórias que conto e riem com o que escrevo. Respeito-os porque não os trato como crianças. Não quero ensinar nada, não dou lição de moral, quero só divertir e fazer com que pensem e tirem suas próprias conclusões.

Como foi sua adolescência? Era encanada? Popular? Nerd?
Era ótima, me dava com todo mundo na escola, com os nerds, com os populares. Aos 14 anos, fui fazer teatro para perder a timidez e depois disso ficou muito fácil fazer amigos, falar em público. Era boa aluna também. Sempre gostei de estudar.

Como compara a adolescência da sua época com a de hoje?
São iguais. A diferença é o acesso à informação. Hoje, num clique, eles têm o mundo. Mas a preocupação com as espinhas continua, assim como as dúvidas em relação a sexo, os desentendimentos com os pais, a angústia de decidir o que fazer para a vida toda. E adolescentes são intensos, em qualquer época. Quando amam, amam muito, quando não gostam, odeiam.

Por que escolheu esse público?
É um público carente de livros. Muitos adolescentes reclamavam comigo e diziam que não se viam retratados nos livros; por isso, abandonaram o hábito da leitura. A adolescência e a pré-adolescência são fases em que as pessoas costumam implicar com os livros. Quero mostrar que ler é bacana, que livro só é chato quando a gente não se identifica com o que lê.

Como aprende as gírias que usa?
Estou sempre em contato com adolescentes, faço muitas tardes de autógrafos, visitas a escolas, sem contar o meu blog (www.blogdathalita.com), que é fonte de inspiração. Eles conversam comigo e eu acabo ‘pegando' as gírias naturalmente.

Já consegue sobreviver dos livros?
Sim, e muito bem, graças a Deus. Foram anos de batalha, em que não ganhei quase nada. Mas acreditava tanto no meu sonho de criança que lutei muito para dar certo. Tenho orgulho de viver de literatura num país que não tem o hábito da leitura.

E os planos?
No ano que vem, lanço um livro tendo um menino como protagonista (o primeiro para esse público), porque os garotos sempre me pedem. Acabei de voltar de Portugal, onde lancei dois livros e o terceiro sai em outubro. E em julho chega o Fala sério, pai!. Os pais me pediram isso e achei bacana o interesse de se ver num livro.




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