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Terça-Feira, 23 de Abril de 2024

Economia
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Antigo Prisma Joy
GM de S.Caetano passa a fabricar quinto modelo

Planta, porém, segue trabalhando com ociosidade na produção e novidade não traz contratações

Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
15/10/2019 | 07:22
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Celso Luiz/DGABC


A GM (General Motors) anunciou oficialmente ontem o modelo Joy Plus, que será fabricado em São Caetano. O veículo é uma nova versão do Prisma Joy, que anteriormente era produzido em Gravataí, no Rio Grande do Sul, unidade que deve se dedicar exclusivamente à fabricação do Onix. Porém, mesmo recebendo o quinto modelo por meio desse remanejamento, a planta da região continua trabalhando com ociosidade e sem a geração de novas contratações ou um terceiro turno.

O Joy Plus, novo nome do Prisma Joy, integra investimento de R$ 1,2 bilhão aplicado na unidade da região entre 2017 e 2020 – até então, no entanto, não era sabido em qual unidade do País ele seria fabricado. A expectativa é a de que o modelo, que custa a partir de R$ 51.290, esteja nas concessionárias ainda neste mês (leia a ficha técnica completa na arte acima).

Mesmo com o início da nova produção, a planta ainda enfrenta problemas de ociosidade. Conforme já noticiado pelo Diário, a produção diária da unidade caiu de 56 veículos por hora para 42, impactada principalmente pela crise argentina. E esse número se manteve mesmo com a chegada do Joy Plus.

“Veio um novo produto para cá, que estava sendo fabricado em Gravataí, mas não teve ainda uma explosão (em questão de produção e geração de emprego). Era para ter uma repercussão melhor. Nós esperávamos um impacto maior”, lamentou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano, Aparecido Inácio da Silva, o Cidão.

De acordo com o sindicalista, a mudança aconteceu pela entrada de novo modelo em Gravataí. Atualmente, também são produzidos em São Caetano: Joy (antigo Onix Joy, versão de entrada do modelo mais vendido da montadora, que também mudou de nome), Spin, Montana e Cobalt.

EXCEDENTES

Na última semana, a entidade representativa dos trabalhadores realizou assembleia na porta da fábrica, onde falou que a empresa sinalizou a possibilidade de instaurar lay-off (suspensão temporária do contrato de trabalho) por até quatro meses, ou de antecipar as férias coletivas. Na ocasião, Cidão afirmou que a GM alegava a existência de 300 a 350 funcionários do chão de fábrica – o que representa 12% dos 3.000 no total – excedentes para o volume de produção. Questionado, ele afirmou que, por enquanto, ainda não há novidades sobre o assunto, que é atualmente negociado com a montadora.

O Diário conversou com trabalhador que preferiu não se identificar e afirmou que aconteceram contratações pontuais, mesmo com a chance de lay-off. “Não dá para entender, muitas vezes parece até ser uma jogada. Não fazemos ideia do que vai acontecer”, disse.

A unidade são-caetanense ainda aguarda o início da produção de novo veículo para que possa retomar o terceiro turno. Anteriormente, a perspectiva era a de que o início da produção de modelo de SUV – que, conforme fontes do mercado, deverá ser o Tracker, hoje feito no México –, acontecesse em dezembro de 2019, porém, ele vai ficar para o próximo ano, assim como a volta do terceiro turno.

O SUV será fruto do investimento de R$ 10 bilhões, anunciado no início deste ano pela GM, a ser aplicado até 2024 em São Caetano e São José dos Campos, no Interior de São Paulo. O anúncio foi feito após negociações para evitar a saída da montadora do País, como foi cogitado pela própria empresa – o que também culminou no anúncio do IncentivAuto, programa do governo do Estado que oferece desconto de até 25% no ICMS a indústrias automotivas que investirem ao menos R$ 1 bilhão e criarem no mínimo 400 empregos. Esse aporte da GM garante o funcionamento das fábricas no País por pelo menos mais cinco anos.

Perguntada sobre o lay-off e mais informações sobre o investimento para a produção do Joy Plus, assim como o motivo da mudança do nome dos modelos, a GM não respondeu a esses questionamentos do Diário. 




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