A missa campal realizada na Praça da Moça, em Diadema, para celebrar o dia de Nossa Senhora Aparecida foi marcada por participação política. Os candidatos à Prefeitura Mário Reali (PT) e Lauro Michels (PV) estiveram presentes no ato, que reuniu também diversos vereadores eleitos e militantes dos dois partidos. A solenidade contou com cerca de 2.000 pessoas.

Enquanto a celebração era comandada no centro da praça, militantes petistas e verdes panfletavam na Avenida Alda, que dá acesso ao local. Alguns apoiadores acompanharam a missa com trajes alusivos às cores das duas siglas.

"O povo está muito contaminado pela política. Fui à missa e o Lauro também. É a vida. A presença dos candidatos é normal. Nas paróquias têm gente dos dois partidos. Não é problema religioso. A discussão não é religiosidade, é política", avaliou Reali.

"Nunca gostei disso (de envolver política e religião). É momento de crença, de fé. Não gosto de misturar política e fé, mas como sou candidato a prefeito preciso estar presente neste momento da cidade", disse Michels. "Durante toda a missa fiquei na minha, diferentemente do que fizeram do outro lado. Soube respeitar o momento de fé do povo."

ALUSÕES

A áurea política na solenidade também foi vista entre os padres que comandavam o ato religioso. O padre Odair Angelo Agostin, da Igreja Nossa Senhora dos Navegantes e declaradamente petista e palmeirense, brincou com a situação do Palmeiras no Campeonato Brasileiro (está brigando para não ser rebaixado) e disse que "o verde está morto". Recebeu vaias.

Depois, contou fábula dizendo que "uma mãe lutou contra um jacaré que tentava abocanhar seu filho". "O jacaré deixou as marcas do dente na perna do menino, mas a mãe cravou as unhas no braço dele. A mãe é Diadema e o menino é seu povo. A mãe não deixará seu filho na mão", afirmou. Curiosamente, o padre Odair contou que a situação hipotética acontecera no dia 7 de outubro, data do primeiro turno das eleições.