Setecidades Titulo Saúde
Região tem 94 mil
consultas em espera

Estado e municípios querem trabalhar em conjunto para
tentar reduzir o deficit de atendimento do Grande ABC

Por Maíra Sanches
Do Diário do Grande ABC
18/06/2012 | 07:00
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O Grande ABC tem atualmente deficit de 94,7 mil consultas médicas. Esse é o número total de agendamentos feitos em 53 especialidades e que ainda não foram realizados por falta de estrutura e de profissionais nos ambulatórios e centros públicos. A demanda reprimida é praticamente a mesma em exames laboratoriais, que somam 94,3 mil nas sete cidades. O levantamento é referente ao mês de maio e consta em documento enviado pelo Consórcio Intermunicipal do Grande ABC à Secretaria Estadual da Saúde. Não há informação sobre o tempo médio de espera.

A lista tem como objetivo a regulação dos serviços ofertados pelos equipamentos do governo estadual situados na região com aqueles pertencentes às redes municipais. Atualmente o Estado administra no Grande ABC o Hospital Estadual Mário Covas, em Santo André, Hospital Estadual Serraria, em Diadema, além dos dois AMEs (Ambulatórios Médicos de Especialidades), um em Santo André e outro em Mauá.

De acordo com o coordenador do Grupo de Trabalho de Saúde do Consórcio e secretário de Saúde de São Bernardo, Arthur Chioro, o primeiro passo foi concluído: constatar a demanda específica de cada município. "Identificamos o problema e agora precisamos enfrentá-lo. Temos canal de diálogo respeitoso com o Estado. Não podemos resolver os problemas sozinhos, portanto estamos tentando enfrentar a situação de forma solidária", explicou.

No topo das especialidades que mais acumulam consultas marcadas estão oftalmologia (19,4 mil), ortopedia (13,6 mil), cirurgia vascular (11,2 mil) e urologia (7,8 mil). Já entre o ranking dos exames laboratoriais que estão na fila de espera constam ultrassonografia (33,4 mil), endoscopia digestiva (15,1 mil), eletroneuromiografia (6,5 mil) e teste ergométrico (5,7 mil). A expectativa é que o processo de gestão pactuada entre as esferas de governo consiga, de forma gradativa, reduzir o tempo de espera por tais procedimentos na região e tirar a sobrecarga das redes municipais.

REPERCUSSÃO

A iniciativa de tentar afinar o discurso entre as partes surgiu há dois meses, quando o governo estadual informou que, no primeiro trimestre do ano, 3.256 consultas ambulatoriais não foram agendadas pelas centrais de regulação de vagas dos municípios nos dois AMEs. O problema é que, segundo os sete secretários de Saúde, as especialidades oferecidas não atendiam às demandas das redes municipais.

Na mesma semana, o Hospital Estadual Mário Covas encerrou a marcação de consultas em dez especialidades, entre elas dermatologia, endocrinologia e pneumologia. A novidade foi recebida com estranheza. Na época, o Estado informou que o objetivo da readequação era priorizar o atendimento de urgência, já que o hospital é referência em casos de alta complexidade.

A Secretaria de Estado da Saúde informou ainda que as unidades estaduais realizaram, juntas, 38,45 mil consultas e 31,4 mil exames até 30 de abril. A pasta destacou que cabe às UBSs (Unidades Básicas de Saúde) a organização dos agendamentos, conforme as vagas disponíveis. Em março, por exemplo, Ribeirão Pires, Mauá e Rio Grande da Serra não preencheram 11,5% das vagas disponibilizadas no AME Mauá. Do total de consultas ofertadas pelo AME Santo André no mesmo mês, 15% deixaram de ser agendadas pelas secretarias de Saúde da região.




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