Em entrevista publicada no jornal israelense Yediot Aharonot nesta sexta-feira, o ex-presidente iraniano Mohammad Khatami criticou a controvertida conferência sobre o Holocausto realizada em Teerã, em 2006.

"Condeno fortemente esta conferência", disse Khatami na entrevista concedida à margem do Fórum Econômico Mundial que se realiza em Davos, na Suíça. "O Holocausto contra o povo judeu foi um dos mais graves atos contra a humanidade em nosso tempo. Não há dúvidas de que tenha acontecido", afirmou, em rara entrevista dada por uma autoridade iraniana à mídia israelense.

"Sugiro que todos nós separemos o Holocausto das discussões israelense-palestinas e árabe-israelenses", acrescentou. "Foi um acontecimento sem precedentes e não pode ser comparado".

O atual presidente conservador iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, foi mundialmente condenado por realizar a conferência questionando o Holocausto, em meados de dezembro, em Teerã. Israel considera o Irã seu principal inimigo devido às repetidas afirmações de Ahmadinejad de que o Estado judaico deve ser varrido do mapa.

O memorial Yad Vashem, em Jerusalém, dedicado às vítimas do Holocausto, anunciou o lançamento de uma versão de seu site na língua Farsi como parte dos eventos por ocasião do Dia Internacional da Lembrança do Holocausto (Yom Hashoá), nesta sexta-feira.

"Todo ano, aproximadamente 20 mil pessoas de países muçulmanos, inclusive do Irã, visitam o site do Yad Vashen", disse Avner Shalev, presidente do memorial. "Acreditamos que produzir informação compreensível e confiável sobre o Holocausto, acessível para os falantes da língua persa, pode contribuir para a luta contra a negação do que aconteceu".