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Na contramão da maioria
Por Marcela Munhoz
Do Diário do Grande ABC
18/09/2011 | 07:00
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Fazer escolhas não é nada fácil. A cada decisão, uma consequência. Talvez por isso muitos vão no embalo da maioria. Isso vale tanto para um tipo de corte de cabelo que está na moda quanto para a escolha de dar ou não a primeira tragada no cigarro. Se a galera faz, por que ficar de fora? Vai lá e experimenta.

"Os adolescentes e jovens têm a tendência de se ligar a um grupo. É provável que ele se encaixe mais no perfil da maioria dos amigos", explica a psicóloga Célia Mathis, que acredita que há tribos cada vez mais delimitadas e específicas.

Os amigos têm grande influência nas decisões. Embora a dúvida seja típica da adolescência, o que conta mesmo é a liberdade de escolha de cada um. E eles aproveitam isso. "O importante é satisfazer as vontades nem que seja as do momento. Não fazem muitos planos para o futuro não", diz Ana Barbieri, psicóloga e professora do curso Cultura Jovem: As Gerações X, Y e Z da ESPM. A especialista acredita que com 16, 17 anos ainda não existe maturidade suficiente para tomar uma decisão séria. "Por serem imediatistas, muitas vezes acabam mudando de ideia mais pra frente."

Antigamente muitas famílias obrigavam os jovens a seguir determinada conduta, o que provocava insatisfação na vida adulta. Além disso, hoje as escolhas podem ocorrer em diferentes fases da vida. É comum e até saudável ter dúvidas e questionamentos. "Faz parte da adolescência querer saber das coisas. A diferença é que hoje eles procuram muitas informações na internet, em fóruns", aponta Ana Barbieri.

Não foi fácil para Marcos Paulo Bertazzoni, 26 anos, escolher que caminho seguir. "Entrei na faculdade, trabalhei e namorei, mas nunca estive completamente feliz. Não dá para fugir do chamado. É hora de aceitar a vocação", conta Marcos, que descobriu que queria ser padre aos 18. Depois que decidiu, está superengajado no seu plano.

Assim como ele, há uma turma que não só tem personalidade para decidir o que é melhor, como faz escolhas que fogem completamente das convencionais. E eles não são rebeldes por isso. Vegetariana desde a infância por vontade própria, Fernanda Guiguer Galluzzi, 13 anos, diz sentir-se satisfeita com a decisão que tomou e isso é o que importa. "Faz parte da minha rotina pensar nos animais e no planeta. Não saberia viver de outra forma", afirma.




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