Preservar o perfeito funcionamento do veículo não se limita somente a abastecê-lo com combustível de qualidade, trocar o óleo do motor nos períodos corretos, verificar o nível de água do radiador ou levá-lo a todas as revisões e calibrar os pneus. Determinadas peças muitas vezes esquecidas por alguns motoristas também precisam de uma atenção especial. Este é o caso dos filtros de ar, óleo e combustível.

Dentre esta gama de filtros, o mais importante, de acordo com Flávio Sureira Netto, técnico de produtos da Mann-Hummel, é o de ar. Este componente tem como função impedir que o motor aspire do ar partículas que prejudiquem a queima perfeita da combinação oxigênio/combustível dentro da câmara de combustão.

A troca deste equipamento não tem uma quilometragem ideal, já que veículos circulam em cidades com diferentes níveis de poluição. "Em média, atualmente, nos grandes centros urbanos (como São Paulo e cidades do Grande ABC), a gente recomenda entre 15 mil e 20 mil quilômetros no máximo", revela Sureira Netto.

Para saber a hora de trocar o filtro de ar, o motorista deve prestar atenção ao comportamento do veículo, como perda de potência, aumento do consumo e da temperatura do motor.

O especialista faz um alerta para as pessoas que tentam prolongar a vida útil do componente. "Uma vez instalado o filtro de ar, o motorista deve evitar ao máximo removê-lo. Também não é recomendável, em hipótese alguma, bater o componente para tirar o excesso de partículas contidas nele."

Óleo - O segundo filtro mais importante é o de óleo, que tem como missão impedir a circulação de impurezas pelo propulsor. E sua troca, para a surpresa de muitos, deve ocorrer juntamente com a troca de óleo, independentemente de o lubrificante utilizado ser para 5.000, 10 mil ou 20 mil quilômetros.

"Na troca, cerca de 400 ml de óleo antigo (sujo) permanecem no motor. Por isso a necessidade da substituição do filtro", explica Sureira Netto, dando um exemplo que ilustra bem esta situação. "É como colocar apenas uma gota de água do Rio Tietê em um copo d'água. É apenas uma gotinha, mas o suficiente para contaminar tudo."

De acordo com o especialista, é difícil perceber quando o filtro de óleo deve ser trocado. Normalmente, quando passou do momento correto, algumas peças "podem estar comprometidas, principalmente as da parte inferior do propulsor, como o virabrequim."

Combustível - O filtro de combustível, por sua vez, ajuda a impedir a passagem de partículas e impurezas contidas no combustível - álcool, gasolina ou diesel - para dentro do motor.

Caso não seja efetuada a troca do equipamento e ele venha a entupir, o motorista pode ter um prejuízo considerável no bolso. "O excesso de detritos no filtro pode dificultar a passagem de álcool ou gasolina e queimar a bomba de combustível", explica Sureira Netto. E um sinal de que o componente deve ser trocado é quando o propulsor começa a falhar.

Por isso, aqui vai uma velha e sábia recomendação: "sempre abasteça em postos de confiança. Não confie nos preços baixos praticados por postos de bandeira branca", finaliza o técnico de produtos da Mann-Hummel.

Filtro de cabine - Além destes, existe ainda um quarto filtro dentro de um carro. No entanto, ao contrário dos de ar, óleo e combustível, este não é responsável por preservar a saúde do motor, mas sim dos ocupantes do veículo.

Trata-se do filtro de cabine, que impede que o motorista e os ocupantes respirem impurezas do meio externo, como pó, fuligem, pólen, germes, bactérias e até mesmo gases poluentes, dependendo da qualidade do equipamento utilizado. Ele deve ser trocado a cada 10 mil quilômetros ou uma vez por ano.