Vencedor da última eleição na Grã-Bretanha, o primeiro-ministro Tony Blair terá de enfrentar mais outro adversário. Desta vez, os 'inimigos' são do próprio partido do premiê: o Trabalhista.

Com um número reduzido de representantes no Parlamento - este ano, são 67 as cadeiras ocupadas pelos trabalhistas, contra 167 no mandato anterior de Blair - o primeiro-ministro vê seu apoio caindo rapidamente. De acordo com alguns parlamentares que perderam suas vagas nesta eleição, a decisão de se unir aos Estados Unidos nos combates no Iraque foi "impopular", assim "Blair deve assumir a responsabilidade por isto".

A primeira rixa no partido Trabalhista surgiu do deputado John Austin. Durante anúncio nesta segunda-feira, o deputado declarou que irá desafiar Blair e "disputar a liderança se o primeiro-ministro não renunciar na próxima conferência anual do Partido". A reunião dos membros trabalhistas deve acontecer em setembro. Um dos nomes mais cotados para suceder Blair é o do ministro da economia Gordon Brown.

Outra que se uniu aos protestos foi a ex-ministra do Desenvolvimento Internacional Clare Short. A ex-ministra renunciou ao cargo pois discordava do envio de tropas britânicas ao Iraque. Embora ela aceite a idéia de Blair renunciar, Short não acredita que o primeiro-ministro realmente deixe o cargo.

Por mais críticas que existam contra Blair, o premiê não se preocupa tanto pois o mesmo acontece com a ala conservadora do Parlamento. Michael Howard, adversário do primeiro-ministro nas eleições, renunciou à liderança do partido logo após ser derrotado.