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Força fecha postos de atendimento a desempregados
Por Clarissa Cavalcanti
Do Diário do Grande ABC
10/09/2005 | 07:45
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Os desempregados da região receberam sexta-feira uma péssima notícia: a partir de terça-feira os postos do Centro de Solidariedade da Força Sindical estarão com as portas fechadas em todo o Estado, incluindo o posto de Santo André, que atende mais de 600 desempregados por dia, e o de Diadema, que recebe, em média, 60 pessoas. Não bastasse isso, a CUT (Central Única dos Trabalhadores) também deve suspender as atividades das Centrais de Trabalho e Renda das duas cidades em outubro.

A decisão foi anunciada sexta-feira pelo presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, e por Carlos Alberto Grana, representante da CUT no Condefat (Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador). O motivo é a determinação do TCU (Tribunal de Contas da União) recomendando ao Ministério do Trabalho que cesse o repasse verbas do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) para os programas das centrais sindicais. A determinação vale desde 1º de agosto.

Os postos da CUT e da Força Sindical se tornaram importantes pontos de referência para desempregados na Grande São Paulo. Oferecem serviço de requisição de seguro-desemprego, requalificação profissional e recolocação profissional.

A partir da próxima quinta-feira os cerca de 100 funcionários que trabalham nas cinco unidades da Central de Trabalho e Renda da CUT no Estado receberão aviso prévio. Se a verba do governo federal não voltar a ser repassada, os serviços serão finalizados em 15 de outubro. Em Santo André, a central sindical atende 800 pessoas por dia; em Diadema, recebe por volta de 300 desempregados diariamente. A decisão das centrais sindicais envolve ainda a CGT (Confederação Geral dos Trabalhadores), que também deve encerrar o atendimento aos desempregados em breve.

Segundo Paulinho, a verba anual da Força seria de R$ 12 milhões e até agora recebeu cerca de R$ 4 milhões. O último repasse foi feito em março deste ano e conseguiu sustentar as atividades dos Centros de Solidariedade até julho. Grana, da CUT, informa que a central recebeu neste ano cerca de R$ 2, milhões dos R$ 3,7 milhões previstos para o ano.

Suspensão - O TCU havia determinado a suspensão do repasse de recursos do FAT para as centrais sindicais em agosto de 2003 por constatar irregularidades no uso do dinheiro nos programas de qualificação profissional. Entre os problemas encontrados estão o caso de duplicidade em que trabalhadores aparecem fazendo diversos cursos em cidades diferentes ao mesmo tempo.

O Ministério do Trabalho entendeu que a determinação seria apenas para as verbas de treinamento de mão-de-obra e continuou a repassar dinheiro para os programas de intermediação de emprego de quatro centrais sindicais - Força Sindical, CUT, CGT e SDS (Social Democracia Sindical). No entanto, em maio a CGU (Controladoria Geral da União) determinou que a decisão deveria ser utilizada para todos os repasses. O ministério suspendeu a transferência do dinheiro em agosto - já havia repassado para intermediação de mão-de-obra cerca de R$8,3 milhões - e recorreu no TCU.

Paulinho alega que as irregularidades ainda não foram comprovadas e a suspeita seria apenas no convênio para qualificação de mão-de-obra. "Com relação a duplicidade de alunos nos cursos, ocorreram em 0,83% dos 700 mil atendidos e isto ainda está sendo levantado. É quase nada". Ele diz que este problema na Força Sindical é resultado de erro do sistema de cadastramento dos trabalhadores.




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