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São Bernardo inicia aplicação da
terceira dose da vacina no sábado

Cidade é pioneira no reforço contra Covid e vai proteger munícipes com 85 anos em casa; Estado inicia campanha na segunda

Bia Moço
Do Diário do Grande ABC
02/09/2021 | 00:01
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André Henriques/ DGABC


São Bernardo será pioneira na vacinação de idosos com mais de 85 anos com a terceira dose contra a Covid-19. O prefeito Orlando Morando (PSDB) anunciou ontem, por meio das redes sociais, que a Prefeitura antecipou o início da aplicação para sábado para moradores com 85 anos ou mais. A decisão se deu poucas horas depois que o governo do Estado divulgou o calendário de imunização do reforço, que começará a ser ministrado na segunda-feira em pessoas acima dos 90 anos.

Segundo Morando, a aplicação será realizada na casa dos moradores, portanto, não é preciso agendamento. “Ainda não tem agenda porque vamos iniciar com idosos com 85 anos para cima e, assim como foi feito em fevereiro, não precisa sair de casa, (porque) a nossa equipe vai até a pessoa”, afirmou o prefeito, explicando que a medida visa o cuidado com o grupo. O chefe do Executivo frisou ainda que só será ministrada a terceira dose em idosos que estiverem com o esquema vacinal completo há seis meses. “Assim que terminar esse grupo, vamos mantendo as informações de cadastro”, completou o tucano, sem detalhar quando iniciará o reforço aos demais grupos. Os imunizantes que serão utilizados pela Prefeitura são Pfizer e Astrazeneca.

No Estado, a dose adicional de vacina contra Covid nos idosos e adultos imunossuprimidos será iniciada na segunda-feira. Os grupos serão escalonados por faixas etárias com prioridade aos mais velhos. O anúncio do calendário das terceiras doses foi feito ontem pelo governador João Doria (PSDB), durante coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes, na Capital. “A vacinação de quem tem entre 60 e 69 anos é um diferencial do Estado e uma decisão do governo de São Paulo fundamentada na decisão do nosso Comitê Científico. Diferentemente daquilo que o governo federal decidiu, acima de 70 anos. São Paulo decidiu fazer essa dose adicional para pessoas acima de 60 anos”, afirmou Doria.

Em setembro, entre os dias 6 e 12, receberão a dose adicional quem tem 90 anos ou mais, totalizando 148,7 mil pessoas. Dando sequência ao calendário, entre 13 e 19 de setembro serão alcançados mais 231,7 mil idosos na faixa etária de 85 a 89 anos.

Entre os dias 20 e 26, as doses estarão disponíveis para os paulistas que têm de 80 a 84 anos. Também estão inclusos neste período os adultos imunossuprimidos, como pacientes em tratamento de hemodiálise, quimioterapia, Aids, transplantados, entre outras pessoas em alto grau de imunossupressão. Neste caso, a dose adicional será aplicada pelo menos 28 dias após a data da conclusão do esquema vacinal, seja pela segunda dose (Coronavac, Astrazeneca ou Pfizer) ou por dose única (Janssen). Juntos, estes grupos totalizam 280 mil pessoas. A partir do dia 27, até 3 de outubro, serão contempladas 242,8 mil pessoas na faixa de 70 a 79 anos. Concluindo esta fase ainda no mês de outubro, serão alcançados os idosos de 60 a 69 anos entre os dias 4 e 10, totalizando mais 103,9 mil.

Questionadas, as outras seis cidades do Grande ABC informaram que ainda não há previsão de data para o início da imunização de terceiras doses. Os municípios disseram que aguardam a distribuição de imunizantes e informativo oficial por parte do Estado.

POLÊMICA

Após o governo do Estado anunciar o início da campanha de imunização de reforço, o Ministério da Saúde informou que não garantirá doses aos Estados e municípios que não seguirem as orientações do PNO (Plano Nacional de Operacionalização) da Vacinação), sobretudo porque, de acordo com o calendário do governo federal, as terceiras doses serão ministradas somente aos idosos acima de 70 anos – Doria, por sua vez, escalonou para o reforço a população acima de 60 anos, além de imunossuprimidos com mais de 18 anos. 

Região aplica 62.140 doses em jovens de 12 a 17 anos

O Grande ABC aplicou, até ontem 62.140 doses de vacina contra a Covid em jovens de 12 a 17 anos, com e sem comorbidades. A imunização para o público abaixo desta faixa etária, porém, ainda não tem previsão de início.

Apenas três cidades informaram a estimativa de moradores entre 12 e 17 anos. Em São Bernardo, já foram 13.894 imunizantes aplicados, o que representa 23.1% do público-alvo, composto por 60 mil pessoas. Em Ribeirão Pires 7.643 jovens estão protegidos, o que contempla 89.9% dos 8.500 munícipes entre 12 e 17 anos da cidade. Por fim, em Mauá, são 24 mil munícipes, sendo que 11.712, ou 48,8%, já receberam a primeira dose.

As outras cidades informaram só a quantidade de vacinas aplicadas em moradores de 12 a 17 anos. Em Santo André foram 16.942, seguida por Diadema, com 10.128, e São Caetano, com 1.821, Rio Grande da Serra não respondeu. 

NOVO GRUPO

A partir de hoje a Prefeitura de Mauá inicia a imunização de adolescentes com 12 anos ou mais nas 23 UBSs (Unidades Básicas de Saúde), das 9h às 15h30 – a unidade Magini funciona até as 19h30. Os equipamentos do Jardim Flórida e Zaíra 2 também vão operar no horário estendido, mas somente hoje. 

MENORES DE 12 ANOS

A imunização de crianças abaixo dos 12 anos não tem data para começar. Das quatro vacinas autorizadas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para o público adulto, apenas o imunizante da Pfizer tem autorização para ser aplicados em jovens, mas só a partir dos 12 anos. 

No dia 18 de agosto, a Anvisa negou, por unanimidade, o pedido do Butantan para usar a Coronavac em crianças e adolescentes de 3 a 17 anos. Ontem, o instituto informou, em nota, que “os dados fornecidos até o momento são satisfatórios para a ampliação do uso pediátrico, porém foram solicitados dados adicionais para demonstrar a segurança e eficácia do uso em crianças e adolescentes, que serão providenciados o mais breve possível”, sem dar prazos.

De acordo com o diretor da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações) Renato Kfouri, o uso pediátrico das vacinas dependem de estudos. “Não é tanto por risco, mas é preciso estudos que demonstrem a necessidade de doses mais ou menos concentradas. Em geral, em função da melhor resposta imune em adolescentes, a gente pode usar menores quantidades, às vezes doses diluídas ou fracionadas, ou até, uma dose só. (Além disso os estudos mostram) A segurança dos efeitos colaterais (em jovens e crianças) tem de ser avaliadas”, disse.

Kfouri destacou que até agora somente as vacinas da Pfizer e da Moderna (não usada no Brasil) foram aprovadas acima de 12 anos. “Não se sabe ainda se há complicação, se tem segurança ou se tem ajuste de doses, e tudo isso tem de ser feito antes de licenciar em outras faixas etárias”, reforçando que os estudos têm dados preliminares e insuficientes para menores de 12 anos. “A Anvisa recebeu pedido de autorização para uso da Coronavac, mas foi estudo pequeno, com 550 crianças de 3 a 17 anos da China e, ao meu ver, temos dados insuficientes para confirmar que a vacina é segura e imunogênica”, concluiu o especialista.

‘Sensação única’, diz mãe que vacinou filha de 17 anos

“É uma sensação única”. Foi assim que a enfermeira Patricia Amorim Julio, 40 anos, resumiu o sentimento de vacinar ontem a filha Larissa, 17, no drive-trhu do Auto Shopping Global, em Santo André. Emocionada, a profissional da FUABC (Fundação do ABC) – que presta serviços de saúde à Prefeitura – contou que também aplicou a “dose da esperança” no marido, Roberval Souza, 51, e na primogênita Ariane, 22. 


Enfermeira, Patrícia teve o privilégio de vacinar a própria filha, Larissa, 17 anos
Foto: André Henriques/ DGABC

“Vacinei minha família toda. É sempre muito emocionante, mas com cada um é um sentimento diferente”, explicou a profissional, minutos antes de aplicar a primeira dose da vacina da Pfizer na filha. “Estou bastante emocionada. Estava ansiosa com esse momento e, na verdade, a gente (enfermeiros) ficas feliz a cada novo público que vai receber a imunização, mas, vacinar a própria filha, alguém que se ama tanto, é diferente. Além de profissional, neste momento, também sou mãe”, completou Patricia, iniciando o protocolo de imunização na filha.

Quem encheu os olhos d’água no momento da picada foi Larissa que, apesar do medo de agulha, demonstrou animação. “Estou muito, muito feliz e emocionada. Não só por finalmente ter chegado o meu momento (de ser vacinada), mas, principalmente, por estar recebendo a dose pela minha mãe”, comentou a garota. “Ela sempre cuidou de mim, zelou, deu amor e, neste momento (de pandemia), ser vacinada por ela é muito bom, e até melhor”, completou Larissa.

Roberval, que foi acompanhar a filha, destacou ainda que toda a família se contaminou pela Covid e, embora tenham apresentado sintomas leves da doença, a vacinação dos quatro foi “um alívio”. “Demorou, mas chegou. O mais importante é que todos estejam vacinados. Ficamos o tempo todo da pandemia apreensivos, ainda mais com a Patricia na linha de frente. Agora é diferente (com toda a família vacinada)”, confirmou o empresário. “Nós todos agendamos a vacina sempre no drive-trhu que a Patricia estaria”, revelou Roberval, explicando ainda que sua primeira dose de Astrazeneca não foi aplicada pela mulher, já que não tinha horário no local onde ela estaria. “Não queria esperar mais cinco dias. Então, fui tomar a primeira dose sem ser com ela, mas a segunda fiz questão que a Patricia aplicasse”, comentou o marido. “Agora retorno em 16 semanas, viu?”, brincou Patricia, entregando o cartão de vacinação à própria filha.




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