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Combustíveis voltam a aumentar na região

Gasolina teve acréscimo de 5%, ou R$ 0,09 por litro, e o diesel, de 4%, com alta de R$ 0,08

Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
30/12/2020 | 00:04
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Após diversas sequências de queda ao longo de 2020, o preço dos combustíveis voltou a subir na região e se aproxima dos patamares do início do ano, antes da pandemia. A gasolina teve aumento de 5% ontem e, o diesel, de 4%, o que representa acréscimos de R$ 0,09 e R$ 0,08, respectivamente.

Levantamento feito pelo Diário com base em dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás natural e Biocombustíveis) mostra que na última semana o preço médio da gasolina era de R$ 4,17, o que significa que hoje está na média de R$ 4,26. Já o valor do diesel era de R$ 3,59, passando a R$ 3,67 nesta semana. O etanol é vendido por R$ 3,04.

Em janeiro, o valor médio da gasolina era de R$ 4,30, ou seja, o valor já está próximo ao do início do ano, R$ 0,04 a menos. O do diesel, que era de R$ 3,81, está R$ 0,14 mais barato, e o etanol é o único que está mais caro, reflexo da maior demanda pelo fato de custar menos ante a gasolina, mesmo ela sendo mais vantajosa – à época era vendido a R$ 3,02.

Porém, com o início da pandemia e a diminuição da demanda mundial pelo barril de petróleo, os preços caíram e a gasolina chegou a ficar abaixo dos R$ 4. Na última semana de julho, o litro do combustível ficava na média de R$ 3,98, chegando a R$ 3,59.

Segundo o professor da Escola de Negócios da USCS (Universidade Municipal de São Caetano) Volney Gouveia, agora a tendência é a de recuperação do preço do barril de petróleo. “Isso porque houve uma maior confiança nos níveis econômicos, com o início de uma retomada. Isso vai gerar pressão sobre os combustíveis, já que são os mesmos países, produtos e empresas com o mesmo nível de oferta. A tendência é de aumento no custo de vida, e que a variação do combustível acabe pesando mais do que o dólar, com o repasse para o diesel e gasolina.”

Para o presidente do Regran (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do ABCDMRR), Wagner de Souza, o aumento veio em um momento ruim. “Neste fim de ano, estamos precisando de notícias boas. Claro que há redução na comparação com janeiro, já que com o período da pandemia houve queda brutal de consumo e a demanda caiu. O barril de petróleo aumentou, mas há tendência de queda do dólar, e a nossa expectativa é a de que uma coisa compense a outra.”

No Grande ABC há cerca de 400 postos de combustíveis. O setor sofreu bastante no período da pandemia, já que, além de ser impactado pela diminuição dos deslocamentos por parte dos consumidores, também precisou adequar o horário das lojas de conveniência, que antes operavam até 24 horas por dia, e agora, na fase amarela, devem para de vender bebida alcoólica às 20h e fechar às 22h.

Com a pandemia, foram dispensados cerca de 10% do quadro de 4.000 funcionários, ou seja, em torno de 400 pessoas ficaram desempregadas. “Estamos operando entre 70% e 80% da capacidade. Por isso, esse aumento prejudica o setor. Hoje o consumidor procura cada vez mais preços menores.”

Conforme a Petrobras, no acumulado do ano a redução do preço é de 4,1%, com o total de 20 aumentos e 21 reduções na gasolina e de queda de 13,2% no diesel, sendo 17 aumentos e 15 reduções. A estatal ressaltou ao Diário que o preço do diesel e da gasolina vendidos na bomba do posto revendedor é diferente do valor cobrado nas refinarias. “Até chegar ao consumidor são acrescidos tributos federais e estaduais, custos para aquisição e mistura obrigatória de biocombustíveis, além das margens brutas das distribuidoras e dos postos”, afirmou, ao completar que sua participação no preço da gasolina é de 28% e, do diesel, 45%.
 




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