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Para comandante, crise aérea despertou interesse da opinião pública
Por Da Agência Brasil
04/05/2007 | 19:54
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O comandante Décio Corrêa disse nesta sexta-feira que a crise que atingiu o setor aéreo após o acidente com o Boeing da Gol, em setembro de 2006, e que motivou a instalação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) na Câmara dos Deputados serviu para despertar a atenção da mídia e dos cidadãos para a importância da aviação civil e do sistema de defesa e controle aéreo brasileiro.

Para ele, o Apagão Aéreo foi um daqueles males que vêm para o bem. “Foi muito importante que tenha ocorrido essa comoção. Assim, a opinião pública começou a tomar consciência da importância do transporte aéreo para um país de dimensões continentais como o Brasil”, disse em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional.

Piloto que já atuou em empresas comerciais, em shows aéreos e como jornalista especializado no tema, Corrêa é um dos coordenadores do 2º Fórum Brasileiro para o Desenvolvimento da Aviação Civil, que terminou nesta sexta em São Paulo.

Ele não nega que o setor tenha problemas, mas diz que os atrasos e cancelamentos de vôos não traduzem os avanços obtidos pela aviação nacional. “Quando, nesses últimos 20 anos, aconteceram problemas dessa natureza? Até outubro de 2006, o índice de regularidade de vôos era de 95%, 97%. Nos meses posteriores caiu para 58% e depois para 40%. Depois, tudo voltou a funcionar direitinho. Claro que temos deficiências de infra-estrutura aeroportuária, mas também temos um dos sistemas mais seguros de espaço aéreo. Nosso nível de acidentes por milhão de decolagens é inferior ao norte-americano”.

Para Côrrea, a insatisfação dos controladores teria trazido à tona não apenas os problemas, mas os agravado. “O que houve foi um movimento muito bem articulado, um ato severo de insubordinação dos controladores, que têm o poder de parar o país. Não vamos desviar a atenção alegando que não temos equipamentos, que não temos estrutura. Isso é balela”.

Ele também critica os profissionais por terem paralisado as atividades no dia 30 de março. Na avaliação dele, por causa da integração dos sistemas de defesa e de controle do espaço aéreo, isso poderia ter colocado em risco a segurança nacional.

“A defesa das nossas fronteiras e da nossa soberania foi esquecida de maneira irresponsável pelos controladores, que simplesmente fizeram um movimento paredista”. Corrêa também responsabilizou o governo. “Foi uma confusão na qual o governo teve grande culpa por interferir em assuntos eminentemente militares. Quem controla o espaço aéreo é o Comando da Aeronáutica, que resolveria isso como sempre resolveu. Não existe movimento paredista dentro de uma unidade militar”.




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