O segmento de monovolumes ganhou no mês passado mais um representante: o JAC J6. O modelo chinês chegou ao nosso mercado com opções de cinco e sete lugares.

Neste comparativo, decidimos colocar no embate a versão de cinco lugares, com dois fortes concorrentes: o líder de vendas no segmento, Honda Fit, que teve 20.620 unidades emplacadas de janeiro a agosto, segundo dados da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), e o Nissan Livina, que somou 10.643 emplacamentos no mesmo período.

Como o preço é fundamental na decisão de compra, escolhemos as versões com valores mais próximos. O J6 tem câmbio manual e custa R$ 58,8 mil. Avaliamos o Fit 1.4 LXL manual, com preço de R$ 57.860, e o Livina topo de linha, o SL, com motor 1.8 e transmissão automática, que sai por R$ 54.790.

Logo de cara, chamam atenção no novato chinês as dimensões avantajadas e o design harmonioso. São 4,55 metros de comprimento, 2,71 metros de entre-eixos e capacidade para levar 720 litros no porta-malas. Assim como os compactos J3 e J3 Turin, a minivan foi desenhada em conjunto pelo estúdio Pininfarina e o centro de design da JAC Motors em Turim, na Itália.

Internamente, os bancos são revestidos de tecido aveludado, há boa dose de plástico nas portas e os comandos de vidros, travas e retrovisores elétricos ficam bem à mão. Atrás, três adultos viajam com conforto, em bancos individuais que possuem ajustes de inclinação do encosto e da distância longitudinal do assento.

O líder de mercado, Honda Fit, também conta com bancos de tecido nessa versão. O acabamento e a ergonomia são bons. Em dimensões, ele é o menor dos três, com 3,90 metros de comprimento, 2,50 metros de distância entre os eixos e capacidade para 384 litros no bagageiro. Sua manobrabilidade é boa, com destaque para a direção elétrica.

O modelo da Nissan, com preço mais em conta, atrai pelo bom conjunto: com 4,18 metros de comprimento e 2,60 metros de entre-eixos, pode levar 449 litros de bagagem. Internamente, tem posição de dirigir e manobrabilidade muito boas, também com destaque para a direção elétrica. É a única que vem de série com bancos de couro e transmissão automática, dois bons diferenciais, que a deixam com ótimo custo-benefício.

Outro ponto positivo é o desempenho. Seu motor 1.8 16V Flex, com 126 cv a 5.200 rpm e 17,5 mkgf de torque a 4.800 giros, o leva da imobilidade aos 100 km/h em 10,7 segundos com etanol.

Embora tenha motor maior, mais potente e com mais torque - 2.0 16V a gasolina -, o J6 é mais lento. Afinal, pesa 307 quilos a mais que o rival. Segundo a montadora, leva 13,1 segundos de 0 a 100 km/h. Durante a avaliação do J6, ocorreu vazamento do líquido de arrefecimento do radiador, o que causou forte cheiro de queimado e muita fumaça saindo pelas frestas do capô ao estacionar o carro na garagem após percorrer um trecho urbano de cerca de 10 quilômetros. O carro foi retirado pela montadora e retornou alguns dias depois, consertado. Segundo a marca, houve um problema pontual na fixação da abraçadeira da mangueira de água do radiador, o que causou o vazamento.

A Honda não divulga dados de desempenho, mas o motor menor do Fit - 1.4 16V Flex - entrega menos potência e torque entre os três: 101 cv a 6.000 rpm e 13 mkgf a 4.800 giros com etanol.

Todos oferecem itens de série como air bag duplo, ar-condicionado - digital para J6 e Livina -, CD player, rodas de liga leve e trio elétrico.

Veredicto

Pelo melhor conjunto e preço mais em conta, o Nissan Livina ocupa o topo do pódio neste comparativo. Em segundo lugar fica o novato JAC J6, que apresenta o melhor espaço para ocupantes e bagagem. O líder Honda Fit tem seus atributos, mas fica em desvantagem pelo menor espaço e motor.