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S.Paulo terá mostra de Balla
Ricardo Ditchun
Da Redaçao
07/05/2000 | 16:44
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  A Pinacoteca do Estado de Sao Paulo abrigará, a partir do próximo domingo, um dos eventos mais importantes da agenda brasileira de artes plásticas deste ano. Trata-se da mostra Giacomo Balla (1894-1946) - Da Io Balla a Ball'io, o mais importante e generoso lote de obras do artista italiano já visto no Brasil. Ao todo, sao 93 trabalhos, entre pinturas, desenhos e objetos, assinados por Balla (1871-1958), artista italiano que é um dos grandes representantes do Futurismo, um movimento de vanguarda fundado em 1909, em Milao.

A história do Balla futurista começou em 1910 e terminou em 1931, quando ele passou a se dedicar a uma forma bastante peculiar de figuraçao. Este é, no entanto, um entre vários momentos da vida profissional do pintor nascido em Turim. Antes e depois, dependendo da ocasiao, ele pode ser classificado como divisionista, retratista, pós-impressionista e, até mesmo, cenógrafo. O nome do evento espelha de forma poética essa diversidade: do Eu Balla ao Balla Eu, respectivamente os títulos do primeiro auto-retrato e de um dos últimos.

O acervo reunido na Pinacoteca a partir de domingo - no sábado acontece a festa inaugural, com convidados como o presidente e a primeira-dama da Itália - contempla tudo isso. Possui caráter retrospectivo, na medida em que, além de diversidade técnica e estética, conta com várias peças trazidas de coleçoes particulares, muitas pertencentes aos netos de Balla. Vale lembrar, aqui, que as obras do espólio da família jamais foram mostradas antes, nem mesmo na Itália. A exposiçao paulistana, sob curadoria de Renato Miracco, é, portanto, uma rara e preciosa ocasiao.

Mas o aspecto mais forte da coleçao é mesmo a presença das obras futuristas. A proposta teórica que subjaz nestes trabalhos é o confronto entre a forte tradiçao clássica italiana e a modernidade. Vale lembrar que modernidade, na primeira década deste século, significou, sobretudo, velocidade, um fenômeno manifestado graças a um sem-número de novidades mecânicas. Balla, assim como Umberto Boccioni, Carlo Carrá e Gino Severini, por exemplo, rendeu-se ao fascínio proporcionado por estas maravilhosas engenhocas e mergulhou nas experiências que visavam representar o movimento por meio da repetiçao de uma mesma forma, ou tema matriz.




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