Política Titulo Ribeirão Pires
Zé Nelson admite CPI da Saúde após fim de ocupação na Câmara de Ribeirão
Vitória Rocha
Especial para o Diário
04/06/2016 | 07:00
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Marina Brandão/DGABC


Depois de integrantes da UJS (União da Juventude Socialista) desocuparem o plenário da Câmara de Ribeirão Pires após quatro dias de protestos, o presidente da Casa, José Nelson de Barros (PMDB), recuou e admitiu possibilidade de abrir CPI da Saúde.

Segundo Zé Nelson, a decisão estará nas mãos da mesa diretora, composta pelo vice-presidente Jorginho da Autoescola (DEM), Berê do Posto (PMN), Cléo Meira (PTN) e Edson Savietto, o Banha (PPS). “Vamos sentar na semana que vem e conversar. Quem decide é a maioria”, disse o peemedebista, até então irredutível em engavetar a apuração contra o governo Saulo Benevides (PMDB).

Os 25 manifestantes da UJS que ocupavam a Câmara de Ribeirão Pires desde terça-feira deixaram o plenário ontem, depois de terem sido notificados na quinta-feira de liminar da juíza Maria Carolina Marques Caro Quintiliano, da 3ª Vara da cidade, da reintegração de posse pedida por Zé Nelson.

Segundo a decisão, os jovens tinham até 24 horas para desocupar o espaço e sair pacificamente – o limite era 17h de ontem. Até as 14h30, o clima era de incerteza. Apesar de terem afirmado no dia anterior que deixariam o local ao meio-dia, eles optaram por permanecer no Legislativo até que houvesse deliberação conjunta sobre os próximos passos do grupo.

Em meio à tensão, os manifestantes ficaram no plenário durante praticamente todo o tempo, enquanto surgiam boatos de que a PM (Polícia Militar) faria a ação de reintegração de posse. A questão, no entanto, foi negada pela capitã da PM do 30º Batalhão, Graziela Bazili. O caso era acompanhado pela GCM (Guarda Civil Municipal).

Questionada sobre a possibilidade de a polícia intervir na ocupação antes do prazo judicial, a advogada da Câmara, Rosana Figueiredo, disse que não iria permitir a entrada dos oficiais. “Eu tenho de prezar pelo patrimônio público, mas também tenho de zelar pela integridade dos manifestantes.”

Às 15h, houve a desocupação no prédio legislativo. Jovens limparam as dependências e colocaram flores em cada uma das cadeiras dos vereadores.

Com o objetivo de pressionar a instauração da CPI da Saúde em Ribeirão para investigar contratos da Prefeitura com a Santa Casa e com a FUABC (Fundação do ABC), o ato seguiu para o Teatro Municipal Euclides Menato, por uma das avenidas principais do Centro, onde ocorreu a sessão extraordinária. A reunião, marcada para as 16h, teria como pauta o projeto de lei que concede gratuitamente área da Fábrica de Sal para construção do shopping, também alvo de protestos na cidade.

A ideia de líderes da UJS era continuar “ocupando e resistindo”. A Defesa Civil e agentes da Secretaria de Transportes e Trânsito estiveram presentes desde o início do dia, acompanhando a manifestação. Segundo os jovens da UJS, novas ações serão realizadas nos próximos dias. 




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