A derrota para Vila Nova em casa levou o técnico Sérgio Guedes a uma atitude drástica. Sacou três titulares, incluindo o zagueiro e capitão Marcelo Batatais do São Caetano para o confronto de hoje com o Figueirense, às 21h, em Florianópolis, na abertura do segundo turno da Série B do Brasileiro.

A equipe não vence há cinco jogos - vem de três derrotas -, saiu do G-4 e despencou para o nono lugar, com 28 pontos, seis a menos que os catarinenses, que lideram o torneio.

Pressionado pelos maus resultados, o time tenta mascarar o clima tenso. Na véspera do jogo com o Vila Nova, a diretoria se reuniu com os jogadores e fez cobranças. Após a derrota, alguns atletas deixaram o Anacleto Campanella tensos. O técnico Sérgio Guedes passou cerca de 40 minutos nos vestiários reunido com dirigentes e não falou com a imprensa.

Ontem, apesar de mexer em três posições, o treinador não confirmou a escalação e negou o abatimento do grupo. "Não está, nem pode se abater. Há equipes em situação pior. Precisamos ter a cabeça no lugar neste momento, jogar com vibração e resgatar o futebol que há pouco tempo nos colocou nas primeiras posições", disse.

Sérgio Guedes garantiu não estar preocupado com o risco de perder o emprego em caso de derrota. "Se jogar preocupado, não consigo passar o que preciso. Quero é ver o meu time jogando bem. O que me conduz é, de fora, ver que estão jogando bem. Quero que joguem com confiança."

Embora não tenha confirmado as mudanças, o zagueiro Jean e o meia Ailton, apresentados na semana passada, devem estrear respectivamente nos lugares de Marcelo Batatais e Kleber. O volante Romário pode ficar com a vaga de Augusto Recife. As demais posições não devem sofrer mudanças.

É o quarto jogo seguido que a equipe do Grande ABC não contará com seu artilheiro, o atacante Eduardo. Ele tem 11 gols.

Após a contusão do jogador (cotovelo esquerdo), o time só marcou um gol em três jogos, na derrota para o Vila Nova (2 a 1). A estimativa é que, além do jogo de hoje, fique de fora em outros dois.

 
Técnico atribui declínio a assédio
Os jogadores do São Caetano garantem não ter explicação para o mau momento do grupo. No entanto, o técnico Sérgio Guedes diz ter uma teoria, a de que o assédio de outros clubes pode estar tirando a concentração e, consequentemente, prejudicando o rendimento do Azulão nos últimos jogos.

"É difícil precisar o que está ocorrendo. Não sei o que se passa na cabeça de cada um dos jogadores. O que me passa pela cabeça é que talvez o assédio que vem de fora possa estar interferindo negativamente. O time começou bem, estava entre os primeiros e chamou a atenção de outros clubes. Só que o jogador tem de ter em mente o seguinte: ‘foi sondado, mas não ganhamos nada ainda.' Então tem de pensar no momento. Não pode é vislumbrar uma situação que ainda não é real e deixar de cuidar do que está fazendo", comentou, para depois completar: "Tem de construir o presente, viver esse presente até o fim", alertou.

O lateral-direito Artur é um exemplo de jogadores sondados recentemente por outros clubes. O Fluminense tentou levá-lo para as Laranjeiras durante a paralisação das competições nacionais para a Copa do Mundo da África do Sul. O São Caetano não liberou o atleta.

O jogador garante não ter resposta para a queda de rendimento da equipe. "O que sei é que não podemos falhar mais. Claro que após o jogo (contra o Vila Nova), o time ficou um pouco abatido, mas o sentimento agora é de dar a volta por cima."

Artur admite que o momento é difícil, especialmente para o técnico Sérgio Guedes, mas garante que a equipe dará uma resposta em campo. "Não é ele (Guedes) quem está jogando. Ele tem feito as mudanças que entende necessárias, mas não estamos indo bem. Só nós podemos mudar essa situação. Vamos fazer de tudo para voltarmos às vitórias e continuarmos juntos até o fim", disse.

Ontem, o meia Luciano Henrique se transferiu para o Fortaleza.