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Capturado líder de uma colônia alemã na Argentina
Por Da AFP
10/03/2005 | 20:13
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O líder da colônia alemã 'Dignidad', Paul Schaefer, ex-membro do exército nazista e foragido da Justiça chilena há mais de oito anos, foi detido em Buenos Aires pela Polícia argentina, anunciaram nesta quinta-feira em Santiago fontes judiciais.

"Foi detido a cerca de 35km de Buenos Aires numa pequena fazenda, com o resto de sua equipe de segurança, cinco pessoas, todos alemães" (dois são também chilenos, adotados por ele), disse o comissário Gustavo Toledo, que investiga o caso. "Nos próximos dias vai ser pedida a extradição", acrescentou.

Schaefer, que fugiu do Chile quando a Justiça ordenou sua prisão por uma onda de denúncias sobre pedofilia em agosto de 1996, foi detido com base numa ordem internacional de prisão. A ordem foi expedida pelo juiz da Corte de Apelações de Santiago Joaquín Billard, que investiga casos de presos políticos desaparecidos que foram levados para a colônia alemã na ditadura do general Augusto Pinochet (1973-1990), informaram as fontes.

O governo chileno, através de seu embaixador em Buenos Aires, Luis Maira, entregou os antecedentes do caso às autoridades argentinas, informou o subsecretário do Interior, Jorge Correa Sutil. Uma das possibilidades analisadas pelas autoridades chilenas é o pedido de expulsão de Schaefer, um ex-cabo do exército da Alemanha nazista, que chegou ao Chile em 1961 e fundou a colônia 'Dignidad' nas montanhas próximas à cidade de Parral, 350 km ao sul de Santiago.

"O governo do Chile espera ter Schaefer nos tribunais o mais rápido possível", afirmou Correa Sutil. Ele, no entanto, deixou claro que a "expulsão é uma decisão soberana do governo argentino". A alternativa é abrir um processo de extradição, que prolongaria a transferência de Schaefer,83 anos, para o Chile. Desde 1967 ele enfrenta processos no Chile por abuso sexual de crianças e adolescentes.

O juiz Billard ordenou a detenção de Schaefer no processo pelo desaparecimento de Alvaro Vallejos Villagrán, membro do MIR (Movimento de Esquerda Revolucionária), que foi detido em 20 de maio de 1974 por agentes do regime de Pinochet.

Depois de sua reclusão nas prisões clandestinas de 'Londres 38' e 'Cuatro Alamos', em Santiago, Vallejos Villagrán foi levado à colônia Dignidad, como revelou o ex-agente Samuel Fuenzalida, da Direção de Inteligência Nacional (Dina), a polícia secreta de Pinochet.

O nome de Alvaro Vallejos Villagrán está entre os mais de três mil mortos e desaparecidos durante a ditadura militar.

A primeira ordem internacional de prisão contra Schaefer, no entanto, estava vinculada 28 denúncias de abusos sexuais de crianças na região camponesa de Parral, nas proximidade da colônia alemã.




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