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PSDB é partido de elites e PT de bases, diz cientista político
Regiane Soares
Do Diário do Grande ABC
26/01/2003 | 22:59
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Enquanto o PT faz do Grande ABC um celeiro e exporta vários nomes para Brasília e para São Paulo, o PSDB não conseguiu emplacar nenhum representante da região no governo do Estado. Segundo o cientista político Gaudêncio Torquato, a explicação para essa situação é simples: “os tucanos têm muitos caciques para poucos índios”. Já o PT, leva hoje para o Palácio do Planalto antigos índios que colocaram a mão na massa e viraram caciques. “O PSDB é um partido de elites e o PT de bases”, afirmou.

Do Grande ABC para o governo federal saíram Miriam Belchior e Gilberto Carvalho, ambos de Santo André, que assessoram diretamente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e Jorge Hereda, de Ribeirão Pires, que já estava na Prefeitura de São Paulo e foi ocupar a Secretaria Nacional de Habitação do Ministério das Cidades. Osvaldo Misso deixou Diadema para ocupar a vaga deixada por Hereda, na Capital.

Na avaliação de Gaudêncio é razoável que o PT tenha no governo federal pessoas da região, responsáveis pela criação da legenda. “Então, chegamos à conclusão que do Grande ABC ao Planalto levaram 30 anos”, disse. Enquanto isso, o PSDB nunca se preocupou em ter em seus quadros a massa partidária. Segundo o cientista, somente agora o governador Geraldo Alckmin (PSDB) começou a dizer que os representantes do partido têm que pisar o chão da rua porque, nos últimos 12 meses, os tucanos só andaram pelos mármores dos palácios.

“O PSDB é um partido de tucanos de plumagens bonitas e o PT ficou nesse tempo todo fazendo o exercício nas ruas. O resultado está aí: o PT fornecendo quadro de bases para a administração enquanto o PSDB não apresenta ninguém porque não tem ninguém”, disse.

Na avaliação de Gaudêncio, o governador errou em não nomear ninguém da região para sua equipe. De acordo com o cientista, quem deve estar gostando dessa situação são os outros partidos, que vão dizer que eles conseguiram os investimentos para o Grande ABC. “Preterir o Grande ABC é um erro de visão política, eleitoral e administrativa. Não se pode deixar uma região como Grande ABC fora de um governo”, afirmou.

Gaudêncio acredita que o fato de o governador ter investido na região foi por uma questão eleitoral. “Ele fez obra por votos. O político olha para onde há densidade eleitoral e o Grande ABC tem eleitores suficientes para definir uma eleição”, disse.




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