De um lado, o mandante São Paulo (50 pontos) na mira da Copa Libertadores. De outro, o visitante Corinthians (57) na cola do líder Fluminense pela briga do título brasileiro.

Enfim, o clássico do Morumbi, às 17h de hoje, Apesar das ambições desiguais bem assumidas, há muita semelhança cá e lá, especialmente a histórica rivalidade aumentada nos últimos tempos com a troca de provocações entre os dois lados. Que o digam os presidentes Juvenal Juvêncio e Andrés Sanchez, que não desperdiçam as chances de trocar ironias.

A restrita cota de apenas 5% dos ingressos liberados ao rival representou o mais recente ato interpretado pelo dirigente do São Paulo. Portanto, o cenário terá o tom tricolor dos anfitriões.

Mas, se a cartolagem usa e abusa do jogo de palavras para, direta ou indiretamente acirrar os ânimos, os dois técnicos preferem adotar a postura diplomática, principalmente o corintiano Tite, que definiu o alvo alvinegro. Segundo ele, os gestos menores não podem desviar o foco de quem evoluiu demais nas últimas rodadas para se aproximar da equilibrada ponta da tabela. O comandante recorre à postura daqueles que pregam muito respeito ao adversário. Na prática, é o discurso habitual de um personagem que vê o futebol pela ótica pacífica.

Segundo ele, não é sensato permitir que as pequenas coisas consigam atrapalhar os melhores objetivos na reta decisiva da temporada nacional.

No São Paulo, Paulo César Carpegiani também sugere cautela na frente do Corinthians, mas não admite a ideia de perder a ousadia que ditou o perfil do Tricolor nos últimos tempos. Mesmo assim, ele rebate a tese de que o time dele até exagera na capacidade ofensiva.

Segundo ele, não de trata de gostar ou de não gostar. "Se nos obrigam a atuar desta ou daquela forma, somos obrigados a nos adaptar às circunstâncias. Se te criam as dificuldades, você precisa escapar delas", recomenda.

No entanto, ele não acredita na repetição de um placar dilatado, como aconteceu nos 4 a 3 sobre o Santos na Vila Belmiro. "Imagino que o atual confronto será muito mais disputado e baseado na intensa marcação. Não vejo nenhum favorito", supõe.

Carpegiani voltou a lamentar os desfalques do volante Richarlyson e do meia Carlinhos Paraíba (suspensos).