Turismo Titulo Recepção
Namaskar!
Por Heloísa Cestari
Do Diário do Grande ABC
29/01/2009 | 07:00
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Namaskar! Na tradução: "o deus que há dentro de mim saúda o deus que há dentro de você". Com esta saudação, acompanhada por um gesto de mãos unidas e leve inclinar da cabeça, os indianos recepcionam os turistas na chegada ao caótico aeroporto de Nova Délhi, a porta de entrada para os encantos da Índia. Dividida entre a parte velha e a nova, a capital chama a atenção pelo contraste entre o antigo e o moderno, aliando o trânsito e a poluição de toda grande metrópole à hospitalidade típica das pequenas cidades.

 Um passeio por Délhi serve como um bom aperitivo para o viajante que pretende entender um pouco dos costumes indianos antes de se aventurar pelas zonas rurais. Nas praças, magos, ursos dançantes e profetas entretêm a multidão em meio às inúmeras tendas de artesanato.

 Formada pela junção de oito cidades construídas ao longo de vários séculos por imperadores diferentes, Dé-lhi concentra uma enorme quantidade de palácios, fortes e templos religiosos. Vale reservar um dia para visitar a mesquita muçulmana Jama Masjid (a segunda maior do mundo); a altíssima fonte Qutub; o Museu Nacional e os memoriais dedicados a Mahatma Gandhi, a Nehru (com fotos e jornais sobre a independência) e a Indira Gandhi, cujo acervo abriga objetos pessoais e até o sari sujo de sangue que a estadista vestia quando foi assassinada.

 NORTE - Além dos pontos turísticos e das lendárias tendas de artesanato, Délhi serve como ponto de partida - seja de avião, trem ou ônibus - para todos os demais cantos do país. Comece a viagem pelo próprio Norte, onde estão as cidades de Agra, Jaisalmer, Jaipur, Pushkar, Khajuraho, Varanasi e a cadeia de montanhas do Himalaia, já na divisa com o Nepal.

 Conhecida como o Triângulo de Ouro, a região abriga o famoso Taj Mahal, em Agra, a antiga cidade fantasma de Fatehpur Sikri e o Palácio dos Ventos na exótica cidade rosa de Jaipur.

 Outro destaque fica a Sudeste de Délhi, no Estado de Madhya. Trata-se de Khajuraho, famosa pela arte erótica expressa nas paredes e pilares de seus templos. As imagens mostram figuras humanas entrelaçadas, em posições tão variadas quanto as do Kama Sutra.

RAJASTÃO - Considerado uma das regiões mais belas da Índia, o Rajastão impressiona pelo contraste entre a simplicidade do mítico deserto de Thar, próximo à fronteira com o Paquistão, e a suntuosidade de seus palácios, onde os heróis rajputs, que defendiam seus reinos contra invasões mongóis, viviam uma literal vida de marajá, plena de luxos e extravagâncias.

 Graças a esses guerreiros, os rajastaneses de hoje em dia, apesar de pobres, gozam ao menos do orgulho de se dizerem descendentes da casta dos xátrias.

 Afinal, as histórias desses guerreiros são mesmo um símbolo de fé e coragem: além de preferirem a morte à rendição, as mulheres dos soldados mortos em batalha optavam pelo suicídio, atirando-se vivas às fogueiras funerárias dos maridos. "As viúvas são consideradas sinal de mau agouro, dão azar. Para evitar essa rejeição social, muitas preferem se atirar à fogueira do marido. E aí, viram santas, porque uma das mulheres de Shiva também teria se atirado ao fogo", explica Dedé Ramos, da Latitudes.

JAISALMER - A última parada para quem visita o Rajastão antes de chegar ao Paquistão é a cidade de Jaisalmer, situada dentro das muralhas de uma das mais deslumbrantes fortalezas da Índia.

 O apelido de Cidade Dourada deve-se ao amarelo das casas, templos e palácios medievais erguidos dentro do forte, a partir de 1156, a mando de Rawal Jaisal. Mas bem que poderia referir-se também à riqueza da fase dourada de Jaisalmer, quando a cidade, construída em cima de um oásis, servia de ponto de parada obrigatório para as caravanas de camelos. Localização estratégica que lhe assegurou fortuna até a construção do porto de Bombaim (atual Mumbai).

 No centro da fortaleza, templos jainistas dos séculos 12 ao 15 persuadem o turista a tirar os sapatos (prática obrigatória em qualquer templo da Índia) e visitar seus interiores. Já do alto das torres, o convite é para apreciar a privilegiada vista da cidade e do deserto de Thar ao pôr do sol.

 Algumas havelis (casas suntuosas erguidas por marajás nos séculos 17 e 18) funcionam como hotéis ou lojas de artesanato. Mas também é possível aventurar-se a passar uma noite ao relento, no deserto, em acampamentos com fogueira e camelos à volta.

 Guias indianos costumam acompanhar os turistas e se encarregam de levar a comida, que inclui legumes cozidos, banana e batata no almoço, além de chá, mingau e chapate (pãozinho indiano achatado) nas demais refeições.




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