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Preço da carne deve se manter estável
Por Cristiane Bomfim
Do Diário do Grande ABC
16/02/2008 | 07:00
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A notícia de embargo da carne bovina brasileira pela UE (União Européia) não deve alterar os preços do produto no varejo nacional por enquanto. Embora o valor do produto tenha apresentado uma leve queda nesta semana no Grande ABC (-1,01% para a carne de primeira e 2,13% para a de segunda), segundo a Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André), especialistas acreditam que ainda é cedo para mudanças.

“Se pensarmos na lei da oferta e procura, o preço deveria cair já que temos mais carne no mercado. Mas o embargo pode fazer com que o setor tome decisões que podem aumentar ou diminuir o preço. Ainda é cedo para que isso seja refletido no bolso do consumidor”, diz o professor de economia da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica), João Ildebrando Bocchi.

As principais possibilidades, de acordo com o economista são duas: uma pessimista e outra mais atraente na visão do consumidor de varejo. Na primeira delas, pode haver a especulação de mercado. Como há mais oferta de carne bovina do que a procura, os criadores de gado e empresas frigoríficas podem restringir a produção e a distribuição da carne para que os preços não caiam, reduzindo as chances de prejuízo (para eles). “É um movimento com caráter especulativo que pode acontecer, já que os frigoríficos têm um poder de mercado muito grande”, explica.

A outra opção é a venda da carne excedente por preços mais baixos. “A carne não pode ficar congelada por muito tempo e nem os criadores pararem de vender seus bois. Neste caso, para não perder toda a produção é preciso vender mais barato.”

Para não aumentar as especulações sobre a possível queda no produto, redes de hipermercados como o Extra e o Carrefour preferem não se pronunciar. Esta é a mesma postura da Abras (Associação Brasileira de Supermercados), que procurada pelo Diário afirmou que ainda é cedo para qualquer análise.

Quanto à queda do produto nesta semana, o técnico agrícola da Craisa, Joel Diogo de Arruda Guerra, argumenta que pouco teve a ver com os ‘burburinhos’ sobre a proibição da entrada do alimento nacional na Europa. “Se deve muito à queda de 0,5% do valor do frango. Isso ajuda a levar para baixo a carne de boi e incentivar a concorrência”, acredita.




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